Crônica

Longe do mar, perto do Parque

O Correio Braziliense, que nasceu junto com Brasília e se tornou o diário do Distrito Federal nesses 64 anos, estava lá e fez toda a cobertura. Essa memória está viva no Cedoc e acessível a pesquisadores, vale a pena revivê-la

cronica div mais -  (crédito: kleber sales)
cronica div mais - (crédito: kleber sales)

Por Cilene Vieira*  - Imagine Brasília, hoje, sem o Parque da Cidade, inaugurado há 46 anos como maior centro de lazer da América Latina e até hoje o maior espaço público para a prática de esportes e lazer da capital. Para uma cidade que crescia e já contava com 800 mil habitantes vivendo longe do litoral e das montanhas, foi uma grande entrega. No discurso de inauguração, o governador Elmo Serejo, visionário, destacou dois aspectos muito importantes que também fundamentaram a criação do Parque, que continuam sendo fortes pilares para a valorização de sua existência.

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O primeiro, sobre a importância da criação do Parque para evitar construções e invasões do espaço urbano em uma área central da capital:

"Estamos entregando à população do Distrito Federal este Parque, com 4 milhões de metros quadrados, completamente equipado como área de recreação e lazer, situado em local nobre de Brasília. Se não fora sua implantação, em bem pouco tempo teríamos um retalhamento tão ao gosto daqueles que exercitam a especulação imobiliária".

O outro aspecto é também de grande relevância, principalmente numa época em que sofremos globalmente as consequências da emergência climática. O governador tratou da importância da preservação ambiental com a criação do Parque:"Esta área de 4 milhões de metros quadrados está preservada numa ação objetiva que o nosso governo lega às gerações futuras na defesa do meio ambiente, tão em moda e sua aplicação, mas com tão poucos se dedicando a ela".

Para se ter uma noção sobre a importância da criação desse espaço, basta refletir sobre como seria viver hoje em Brasília sem o Parque da Cidade, em termos de impacto ambiental e de configuração geográfica e imobiliária, além de tudo que ele oferece até hoje como maior área aberta ao público para a prática de esportes, lazer e entretenimento ao ar livre.

O dia seguinte e à inauguração houve o comparecimento em massa da população que queria conhecer e usufruir das novidades do Parque. E a festa durou a semana inteira, quem presenciou aquele momento não esquece o "rebuliço" na cidade e em torno do Parque.

O Correio Braziliense, que nasceu junto com Brasília e se tornou o diário do Distrito Federal nesses 64 anos, estava lá e fez toda a cobertura. O acervo de fotos que registram a inauguração, os dias seguintes e a vida do Parque ao longo dos 46 anos é imenso e de grande valor para a memória de Brasília. Essa memória está viva no Cedoc e acessível a pesquisadores, vale a pena revivê-la.

Leia mais sobre o Parque no blog Nosso Parque da Cidade, publicado no site do Correio Braziliense.

*Cilene Vieira é Jornalista e Mestre em Comunicação Social pela Universidade de Brasília (UnB). Frequentadora do Parque da Cidade há mais de 30 anos. Diretora e produtora do documentário “O Nosso Parque de Cada Dia.”

Correio Braziliense
postado em 03/01/2025 00:01 / atualizado em 03/01/2025 07:46
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