Por Cilene Vieira—Embora Brasília tenha uma ou duas semanas de frio de inverno e muitas semanas de calor de verão, todo brasiliense sabe que o que existe mesmo e estão bem definidas no DF são duas estações: a da seca e a das chuvas. E o início de cada uma é muito comemorado pelos que vivem aqui.
A crise climática tem mudado o tempo, principalmente a intensidade de cada aspecto das duas estações, e o fim das chuvas, cada vez mais intensas, tem demorado a chegar. Depois do Natal e do ano-novo, datas na regra geral, sob chuvas, em janeiro chove o mês inteiro na maioria das vezes, e no carnaval, sempre, ao ponto de as pessoas cansarem de céu cinza, da dificuldade de ficar mais tempo ao ar livre sem ter que sair fugindo de temporais, e anseiam pelos belos pôres do sol de maio.
Já abordei no blog Nosso Parque da Cidade o feriado de 1º de maio, quando a população de Brasília ocupa cada canto do Parque da Cidade para decretar o início da estação seca. O momento do Sol, dos esportes e eventos culturais ao ar livre, dos churrascos de fim de semana e dos mais lindos entardeceres chegam, enfim, para deixar todos animados.
E a seca vai piorando nos meses seguintes. Em agosto a paisagem verde desaparece por completo, e a falta de umidade cresce ao ponto de os brasilienses voltarem a sonhar com as chuvas novamente, mesmo com a beleza do Cerrado em flor. Ninguém aguenta mais a névoa seca, a grama torrada, sem falar nos grandes incêndios ao redor, sufocando todos.
Mas a certeza é de que, se não chegou em setembro, com a primavera, em outubro a chuva vem. E muda tudo outra vez. As pessoas comemoram, aplaudem, riem, festejam os primeiros pingos que caem. É um fenômeno! Nem o início do verão, após meses de frio intenso, no Hemisfério Norte, é tão percebido.
Depois de uma semana de chuvas diárias, geralmente na segunda quinzena de outubro, também é no Parque da Cidade que os brasilienses decretam o início da nova estação. E tem sido assim desde o final do mês passado.
O ambiente se transformou outra vez. Com a grama recuperada e as árvores já cheias de folhas, e o ar bem mais puro, o Parque volta a ficar lotado de pessoas que reduziram a frequência nos dias mais difíceis de seca. Voltam as atividades que transformam vários espaços ao ar livre em salas de aula, de música, de cursos, e academias, os eventos corporativos, as ações de conscientização sobre saúde, entre outras inúmeras atividades.
Os pássaros se multiplicam e cantam quase em cada, árvore e as cigarras assumem a trilha sonora nas pistas. Sem falar do cheiro de terra molhada e fresca que continuam em novembro. Assim, mais uma vez, fica decretado o início de uma nova estação em Brasília, e no Parque ela é uma festa! Leia mais sobre o Parque da Cidade no Blog Nosso Parque da Cidade, publicado no site www.correiobraziliense.com.br.