Para celebrar os 21 anos de carreira e fundação da Cia. Nós do Bambu, Poema Muhlenberg criou um espetáculo ao mesmo tempo minimalista e cheio de histórias. Artesania de encanto, em cartaz no Espaço Cultural Renato Russo de hoje a domingo, "é uma expressão poética que nasce do encontro do corpo com o bambu em contexto cênico".
Com duas espécies de bambus diferentes e diâmetros variados, Poema conta uma história que parte do encanto com o material e com as possibilidades cênicas que ele oferece e que vêm sendo trabalhadas há duas décadas pela companhia. "É um espetáculo que fala sobre o bambu de uma forma poética, traçando um paralelo entre o crescimento da planta e o crescimento humano a partir da minha experiência", avisa.
São várias as histórias contadas pela multiartista no palco. Há diferentes climas, desde uma infância imaginativa e o encanto dos seres da floresta até uma cobra que ganha vida e um manto encantador e mutante inteiramente construído com bambus, um sonho da artista. "Com esse manto, a gente cria diversas imagens. Tem uma aura mítica de ser um dragão, um bebê, um casulo. A imagem vai se transformando em cena", explica. "Eu tinha essa ideia de fazer uma roupa de bambu e, para esse espetáculo, desenvolvi essa proposta e criei um manto com cerca de mil escamas de bambu, um trabalho muito artesanal."
Ciada há 21 anos, a Cia. Nós do Bambu tem um repertório formado por cinco espetáculos, todos concebidos com base em acrobacias aéreas realizadas com a planta. Formada em design de produtos, Poema Muhlenberg usa o conhecimento profissional para a criação dos bambus utilizados em cena. Duas características precisam estar presentes: a portabilidade e a capacidade de instigar. "Para Artesania de encanto, eu quis ficar independente de qualquer estrutura externa e reduzir a bagagem de modo a ser transportada em um carro", conta artista.