O sul dos Estados Unidos chega ao palco de Brasília. A cor púrpura, musical original da Broadway e baseado no romance homônimo de Alice Walker, de 1982, está de volta na versão brasileira, neste sábado (9/11), às 16h, e, domingo (10/11), às 16h e 20h. A peça acumula mais de 100 prêmios e indicações, além de ser aclamada pela crítica especializada.
Adaptado para o público nacional por Arthur Xexéo e dirigido por Tadeu Aguiar, A cor púrpura retrata a trajetória de Celine, uma mulher negra que enfrenta as dificuldades de ser quem é, na Geórgia, durante a primeira metade do século 20. Ao Correio, Tadeu lembra um dos maiores desafios durante o processo de adaptação da montagem original: "As personagens têm um sotaque muito peculiar e não queria aquele sotaque caipira caricato. A solução encontrada foram os erros de concordância verbal, que sugerem a falta de escolaridade dessas personagens nessa determinada região, e ficou muito natural. A peça se passa nos Estados Unidos, mas a sonoridade é muito brasileira, então o público não leva um choque de cultura".
O espetáculo discute temas de extrema importância para os dias atuais, como a desigualdade, o racismo, o machismo e a violência contra a mulher. "Tudo em A cor púrpura reflete a realidade de hoje. A gente está falando de uma peça do século 20, mas são questões que a gente vivencia na sociedade brasileira", afirma a atriz Flávia Santana. A obra revela uma perspectiva de mudança e sua importância para os finais felizes da realidade. "A mensagem mais importante que fica para a vida é a transformação das pessoas pelo amor", diz o ator protagonista Waldmir Pinheiro.
Com letras que atingem as mais primitivas emoções dos telespectadores, as músicas se misturam com a interpretação e elementos cênicos, e tornam cada momento ainda mais emotivo, como afirma Waldimir: "É um espetáculo muito forte, que traz muitas situações que realmente mexem com a gente". Sobre a preparação para os espetáculos, ele pontua: "As situações emotivas foram se desenvolvendo no processo, junto com os colegas, na compreensão do texto e do contexto. Procuramos nos aprofundar, procuramos ler respeito, ler a obra original e não só a obra original, mas também obras que revelassem um pouco do contexto histórico".
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
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