Neste domingo (13/10), a Casa do Cantador, em Ceilândia, será palco para a primeira edição do evento O canto do Caburé, um festejo de pife. A comemoração reunirá o Mestre Zé do Pife e brincantes da nova geração que propagam a cultura do pífano no DF. Realizado pelo grupo Pitoco de Bambu, a festa celebra a cultura nordestina com entrada gratuita e interpretação em Libras a partir das 15h.
A abertura do evento será o bate papo Roda de Prosa — Do Sertão à Cidade: O pife como identidade musical brasiliense. O debate é aberto ao público e terá duas horas de duração. A partir das 17h, o Bloco de Pife Pitoco de Bambu iniciará a programação musical com um cortejo de danças e brincadeiras tradicionais. Em seguida, a banda Pitoco de Bambu e o grupo Ventoinha de Canudo subirão ao palco da Casa. O Mestre Zé do Pife encerrará a noite em uma apresentação ao lado de aprendizes às 20h.
O festejo é uma das ações que integram o projeto O Pife do Distrito Federal, cujo objetivo é difundir a cultura do pife no DF. Também chamado de pífano, o pife é uma flauta tradicional do Nordeste do Brasil, feita geralmente de bambu ou madeira. Originário de tradições indígenas, o instrumento faz parte das Bandas de Pife, também conhecidas como zabumba, cabaçal ou terno de pífanos.
Caroline Moreira, integrante do grupo Pitoco de Bambu e proponente do projeto, descreve que a motivação da criação do projeto surgiu do contato com uma oficina de pife cujo Mestre Zé ministrava. Desde então, Caroline se envolveu na causa: "A diversidade da população de Brasília, com uma forte influência nordestina, permitiu que o som do pife se adaptasse e adquirisse novos significados na cidade. Mestres como Zé do Pife e outros músicos foram essenciais para a consolidação dessa cultura, refletindo a pluralidade da capital e enriquecendo seu cenário musical".
A idealizadora destaca Mestre como uma figura fundamental na promoção da cultura do pife. Graças a influência de Zé do Pife, muitas bandas do gênero tiveram um primeiro contato com o pífano. "Enxergamos que sua forma de ensino é potente porque parte do compartilhamento pessoal das suas histórias e vivências, o que gera um vínculo ainda maior com quem está conhecendo e aprendendo sobre esse universo", descreve. A missão da banda que Caroline integra é repassar os ensinamentos do Mestre.
Foi para trabalhar o ritmo nordestino com um público diverso que as oficinas culturais surgiram no projeto. As atividades com o pife resultaram em experiências positivas para todos os envolvidos, quando Caroline relata a doação de 30 pifes aos participantes. "Acreditamos que esta ação impulsiona o aprendizado, quando a gente tem o instrumento para praticar o que foi aprendido, é diferente. Como o baião e o forró são ritmos muito populares, pudemos perceber que muitas pessoas já possuíam uma certa relação prévia com ele, o que tornou o aprendizado ainda mais intuitivo e divertido!", exclama.
*Estagiária sob supervisão de Severino Francisco