CINEMA

Os Fantasmas se divertem: Beetlejuice Beetlejuice chega aos cinemas

Mais de 35 anos depois do primeiro filme, Michael Keaton e Winona Ryder retornam nos personagens queridinhos dos anos 1980. Confira a crítica

Mais de 35 anos depois, Beetlejuice, estrelado por Michael Keaton, retorna aos cinemas. "Bio-exorcista" queridinho do público, seja no cinema ou no palco da Broadway, volta mais politicamente correto do que em 1988, mas mantém as piadas de duplo sentido. Para aqueles que esperam uma continuação próxima ao original, o resultado é bem satisfatório. 

Os Fantasmas se divertem: Beetlejuice Beetlejuice, do renomado Tim Burton, retorna exatamente de onde parou, a casa em Winter River. Lydia Deetz agora é mãe de Astrid Deetz e a família se une após uma morte inesperada. Apesar do péssimo título traduzido, a sequência utiliza de quase todos os ótimos elementos do original e é possível perceber traços mais antigos da filmografia de Tim Burton. 

Um dos elementos mantidos foi a estética visual dos personagens vivos e mortos. Lydia Deetz, interpretada por Winona Ryder em ambos os filmes, segue exatamente com a mesma maquiagem, mesmo cabelo e até as mesmas roupas da personagem de 1988. Apesar de ser interessante manter a originalidade, não ter feito nenhuma mudança na personagem para se adequar ao tempo da história faz com que ela pareça um pouco ultrapassada.  

Além disso, com a adição de novos personagens, como o ator e policial Wolf Jackson (Willem Dafoe), namorado de Lydia; Rory (Justin Theroux) e a ex-mulher do Beetlejuice, interpretada pela Monica Bellucci, o filme acabou criando várias histórias acontecendo ao mesmo tempo, mas não se aprofunda em nenhuma. Com várias possibilidades para o enredo de cada personagem que não foram cumpridas, eles ficaram soltos na narrativa e não acrescentaram em nada. 

Jenna Ortega interpreta bem Astrid Deetz, a filha revoltada de Lydia, e Catherine O'hara segue impecável como a madrasta narcisista. Porém, Monica Bertulli, uma adição muito interessante para a sequência, aparece, no máximo, em 15 minutos do filme e seu personagem não tem profundidade alguma. 

O longa cumpre seu papel de agradar os fãs do filme de 1988, relembrando os cenários, figurinos e personagens secundários excêntricos, mas é apenas um fanservice muito bem feito, entregando exatamente o que o público quer ver. Sem grandes momentos de ação e nem de tristeza, a sequência traz um ótimo Beetlejuice e nada além disso. 

 

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

 

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