Crítica // Pacto de redenção // ★★★
A cada semana, o personagem central do mais novo filme policial estrelado e dirigido por Michael Keaton (em alta, diante da renovação com a segunda parte da comédia Os fantasmas se divertem) vê a saúde mental deteriorada. Nomes, dinâmica das situações e a desconexão entre emoção e pensamento trazem mais do que um quê de insegurança para o experiente criminoso Knox (Keaton). Versando sobre lucidez e atos premeditados, o novo filme trata de crimes, tal qual Má companhia, feito por Keaton há 16 anos. No novo filme, a velocidade rápida, e sem possibilidade de tratamento, a demência avança, dado o quadro de Creutzfeldt-Jakob (rara doença).
Repleto de reviravoltas (algumas muito óbvias), o filme dialoga com uma linguagem entrecortada que, sem confundir, dimensiona para o espectador a nova mentalidade de Knox. Dono de ampla leitura, o personagem tem voracidade por filosofia, dado que não o impede de se ver como um "pai-bosta", diante da lacunar relação com o afastado filho Miles (James Marsden).
Saiba Mais
Vegano e distanciado de bebida, Miles tem um desafeto pessoal no meio do caminho e acaba por envolver o pai numa arapuca. Solitário e perito em crimes terá um destino instável desenhado pelo roteiro de Gregory Poirier, bem menos potente do que o visto em filmes como O massacre de Rosewood, que ajudou a criar com o politizado John Sigleton. Para além dos lapsos que definem a trajetória de Knox, o novo filme investe num retrato fraco do comportamento da detetive Ikari (a fraca Suzy Nakamura) e traz Al Pacino no papel do experiente Xavier, espécie de mentor de Knox, dada a frágil condição dele. Mas, Pacino é visto quase de refilão.
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br