Especialmente apreciado no Sudeste e no Centro-Oeste, o torresmo caiu nas graças do brasiliense. Iguaria típica dessas regiões, ele pode ser feito a partir de diferentes cortes do porco, como a panceta ou a barriga, que, fritas, tornam a carne crocante por fora e macia por dentro. Servida tanto como aperitivo quanto acompanhamento de refeições, a delícia é tradicionalmente associada à comida caipira, mas ganha espaço também em restaurantes sofisticados, reinventado em versões gourmet.
"O torresmo é uma comida com texturas diferentes que agradam o paladar: tem crocância, maciez, sal, gordura, tudo ao mesmo tempo", define o chef André Batista, especialista em carne de porco e responsável pelo Zé Torresmo. De sabor intenso e salgado, a iguaria é a opção ideal para acompanhar uma cerveja gelada ou cachaça.
Nos estabelecimentos da cidade, é possível encontrar as mais diferentes versões do prato — seja o tradicional torresmo pururuca ou opções mais modernas, como o de rolo, enrolado e recheado. Na Bitaca da Norte, por exemplo, restaurante de comida mineira raiz, a iguaria é servida de forma tradicional. "A única coisa que o acompanha é o limão capeta, conhecido também como limão-cravo", adianta o chef Luiz Paulo Mairink.
Típica comida mineira
Pedacinho de Belo Horizonte em Brasília, a Bitaca da Norte foi inaugurada no quadradinho em setembro de 2022, mas a história da casa começa no ano de 2014, na capital mineira. Lá, chamado de Bitaca da Leste, o restaurante era uma lojinha de esquina de 20 lugares, no bairro de Santa Tereza, onde o chef Luiz Paulo Mairink vendia produtos artesanais e servia a tradicional comida de Minas.
Oito anos depois da inauguração em BH, Luiz Paulo decidiu trazer para a capital federal o que há de melhor na atmosfera belo-horizontina — o conceito da cozinha descomplicada e raiz, com bons ingredientes, produtos locais, pratos fartos e petiscos variados para compartilhar, em meio a um cardápio vasto e sazonal.
Como bom restaurante mineiro, a Bitaca tem como destaque do menu o torresmo de barriga (R$ 24 — 200g). "Ele é feito com a barriga de porco bem carnuda e pele bem crocante. Assim temos, ao mesmo tempo, uma carne muito suculenta e cozida, a ponto de quase desmanchar, e, por fora, uma crosta bem fritinha e crocante", descreve o chef.
Outra estrela do cardápio da casa é o tutu com pernil de panela (R$ 38), prato que utiliza de técnicas tradicionais e ingredientes que representam a cozinha caipira. Para harmonizar, a sugestão é a caipirinha de limão capeta e cachaça do Jequitinhonha (R$ 28).
Experiência completa
As primeiras vezes são sempre inesquecíveis e, há mais de 10 anos, o Primeiro Cozinha de Bar procura resgatar, por meio de experiências gastronômicas, o mesmo sentimento no público brasiliense. Unindo boa comida e música ao vivo, a casa se define como um "bar familiar" — a casa conta com um ambiente de brinquedoteca para os pais que desejam levar os filhos ao ponto, localizado no Setor de Indústrias Gráficas (SIG).
No menu da casa, o eita torresbão (R$ 69,90), torresmo de barriga, crocante por fora e macio por dentro, faz sucesso. O prato é acompanhado por couve crispy e por molhos de goiabada e barbecue. A feijoada
(R$ 42,90) é outro grande destaque, acompanhada por arroz branco, couve, vinagrete, farofa, laranja e, claro, torresmo.
O restaurante oferece uma extensa carta de cervejas e drinques autorais para harmonizar com as delícias do cardápio.
Estrela do menu
Novidade na 115 Norte, o Zé Torresmo surgiu de um desejo antigo do chef André Batista de se aventurar no mundo da comida tropeira, a partir de experiências que teve com carne de porco e charcutaria. Inspirado na culinária do interior do país, o restaurante reflete a gastronomia de estados como Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
Como adianta o nome da casa, torresmo é o que não falta no menu. "A primeira coisa importante sobre nosso torresmo em barra (R$ 18) é a forma de fazer: nós curamos a panceta antes de torná-la torresmo, que é frito em banha de porco. O torresmo pirulito (R$ 34,90) é assado e só depois frito", explica o chef. O cardápio também oferece à clientela a opção de torresmo pururuca (R$ 15).
Para além da iguaria, os bolinhos também são marca do restaurante. Os mais pedidos, segundo André, são o de chambaril com requeijão moreno (R$ 15 — 2 unidades) e o de eisbein, joelho de porco defumado na casa, (R$ 15 — 2 unidades). Outros destaques são a chapa de fígado com tempurá e saladinha de jiló e picles de cebola (R$ 65) e as porções de leitão à passarinho (R$ 74 — 500g) e de linguiça de porco feita na casa (R$ 48 — 400g).
Aos sábados, o Zé Torresmo conta com uma atração a mais: a moda de viola. Das 13h às 16h, o cantor e violeiro Brener Viola apresenta ao público o melhor do sertanejo raiz.
Comida afetiva
Inaugurado em 2017, o Minas Bistrô é sinônimo de culinária afetiva. Comandado por Daniel Souto, o restaurante tem como inspiração central receitas familiares passadas de geração em geração, diretamente da cidade de Sabinópolis, em Minas Gerais. Em um ambiente familiar e acolhedor, a casa oferece ao público comida tipicamente mineira, caseira e fresca, preparada diariamente.
No menu, são duas as opções de torresmo — o de rolo (R$ 32) e o gourmet (R$ 39), acompanhado por goiaba cascão. "Nosso carro-chefe é o torresmo de rolo, feito com uma espécie de barriga do porco, a panceta, e enrolado em formato de rocambole", descreve Daniel. "A nossa carne de porco chega do frigorífico refrigerada, o que traz uma qualidade enorme ao prato", destaca.
Entre os pratos principais, a iguaria também dá as caras. Um exemplo é o mexido mineiro (R$ 62), com arroz, feijão, linguiça artesanal, torresmo, ovo frito, couve e banana frita.
Para comer sambando
O Na Seis Comida de Bar é, há dois anos, destaque na W3 Norte. Na Quadra 706, o boteco e restaurante torna o ponto em um espaço despojado e informal, com mesas a céu aberto que incentivam a integração entre os clientes. Nas sextas e sábados, o local se transforma também em espaço cultural, com rodas de samba a partir das 19h e 18h, respectivamente.
Fazendo jus ao ambiente descontraído, os petiscos são as estrelas do menu. Entre eles, o torresbão (R$ 49) é destaque, à pururuca e crocante, a iguaria é acompanhada por geleia de pimenta e harmoniza bem com os mais de 11 rótulos de cerveja do cardápio da casa. Os valores variam entre R$ 9 e R$ 21.
Outro carro-chefe é o aperitivo parrilla com as mãos (de R$ 14 a R$ 46), porções de carne cortadas para comer com as mãos, acompanhadas por batata bolinha e farofa. A seleção de petiscos (R$ 47), mix da casa com dois bolinhos de cupim, dois croquetes de costela e duas coxinhas de galeto, também é uma das opções preferidas do público.
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