CINEMA

O documentário Fernanda Young - Foge-me do controle chega aos cinemas

Deixando um pouco a deixar, o documentário retrata a escritora carioca com diversas narrações de trechos de seus livros; leia a crítica

Fernanda Young é um dos patrimônios da história da cultura brasileira. Rebelde e inteligente, foi escritora, atriz, apresentadora, roteirista e levantou debates que ainda permeiam o país. O documentário, Fernanda Young - Foge -me ao controle busca retratar a escritora potente que existia dentro dela. 

O filme não apresenta uma abordagem clássica de documentário, e não busca o básico em momento algum. Ao retratar uma figura tão complexa, é necessário o uso do imaginativo, do experimental e do desconfortável. Com narrações de livros de Fernanda,  Tudo que você não soube, Vergonha dos pés e Mão esquerda de vênus, desenhos e imagens de filmes antigos, o documentário cria uma atmosfera quase surrealista, que cabe na personalidade da homenageada. 

Entrevistas sobre amor, morte, maternidade, casamento e feminismo dividem o documentário com sequência temática bem marcada. Ao início, deixa um pouco a desejar e se torna um pouco monótono, por utilizar poucas imagens de Fernanda, mas se recupera na metade e apresenta diversas faces da sua escrita. As narrações do livro Tudo que você não soube, romance que evoca uma longa carta para um pai distante, cria uma atmosfera sensível, mas muito bela. 

O documentário também apresenta cenas de projetos que foram roteirizados por ela, como Os normais e Shippados, mostrando seu trabalho impecável nesta área. O destaque vai para a narração da Estela May, filha de Fernanda com Alexandre Machado, contando um pouco de sua vida familiar. Poético como deve ser, o filme representa bem a grande mulher que é Fernanda Young, mas poderia ter utilizado mais vídeos e entrevistas do que arquivos externos.

 


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