Brasília já foi reconhecida como a capital do rock, tem ganhado o Brasil com o pagode, mas hoje e amanhã será um ponto central do jazz. Alguns dos maiores nomes do gênero, tanto no âmbito instrumental quanto no popular, vem à cidade para dois dias de festa no evento Cerrado Jazz Festival.
Artistas do calibre de Ivan Lins, Joyce Moreno, Amaro Freitas e Zé Manoel, Metá Metá, Candice Ivory & The Simi Brothers dividem o palco com atrações locais como Ellen Oléria, em um show especial de tributo à Nina Simone, e o coletivo Super Jazz entre nesta sexta-feira (23/8) e no sábado (24/8). O evento será realizado no Museu Nacional da República e os ingressos são gratuitos mediante retirada na plataforma Sympla.
O festival é diverso e ancorado por "gente grande" da música brasileira. A começar por Ivan Lins que declara amor por este tipo de união. "Esses festivais são maravilhosos na medida em que você tem a oportunidade de levar para um outro tipo de público, que não os aficionados por jazz, experiências que estão sendo criadas na música", elogia em entrevista ao Correio. "É muito importante que esse tipo de evento aconteça, para que se preserve esse lado mais sofisticado, criativo e rico da música brasileira. Todo tipo de público tem que ter contato com este tipo de música", complementa.
O artista, que sobe ao palco neste sábado (24/8) às 21h30, confirma que contará com uma banda entrosada de músicos de qualidade e que tocará no famoso formato: uma para mim, uma para você, em que o artista separa pelo menos 50% do show para os grandes sucessos. "Para que o público participe comigo. Quando cantam comigo eu me sinto mais vivo e intenso", revela.
Um pouco antes, às 20h, um dos trios mais aclamados pela crítica musical brasileira assume o comando. Metá Metá volta a fazer um show reunido em Brasília após um tempo no formato solo. Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França prometem relembrar o público da capital todo caminho que trilharam. "Vamos apresentar um apanhado da nossa trajetória, músicas de vários álbuns reunidos", adianta Kiko que garante que a forma como isso será feito é única e condizente com onde a mente dos integrantes está. "Nada muito fixado, porque gostamos de tocar de um jeito mais elástico, abertos a ideias que podem surgir na hora. Então, não será tão fiel aos discos. Os discos são registros de outras épocas. A gente foi mudando e o som também", explica.
O tempo separado não necessariamente foi um fim do grupo, nem este é um reencontro. "O Metá Metá nunca foi especificamente uma banda. Sempre foi um catalizador de pessoas que tinham pontos em comum, musicalmente, artisticamente, esteticamente", destaca Kiko. "É muito enriquecedor somar experiências paralelas do que seguir apenas um formato fechado de banda", complementa.