Gastronomia

Versátil, o bacalhau é a estrela dos cardápios dos restaurantes do DF

Uma das principais pedidas da culinária portuguesa, essa delícia também faz sucesso na capital. Confira restaurantes da cidade que oferecem diferentes versões do peixe

A versatilidade do bacalhau faz jus à popularidade do peixe. Seja como ingrediente principal de bolinhos e saladas, servido na brasa ou assado, a iguaria se tornou parte do cotidiano dos brasilienses. Ícone da culinária portuguesa — Portugal é responsável por 20% do consumo da produção mundial de bacalhau. Ele foi adotado pelos brasileiros, que, durante a Semana Santa, se aventuram na cozinha seguindo as mais distintas receitas que tenham como destaque o peixe.

No dia a dia, entretanto, os moradores da capital recorrem a restaurantes da cidade para saborear delícias que envolvem a iguaria. Espalhadas pelo quadradinho, tanto casas portuguesas quanto de culinária variada são responsáveis pela maioria de releituras que dão destaque a ele. "O bacalhau é amado por ter um sabor inconfundível e uma apresentação de brilhar os olhos", pontua João Paulo Araújo, proprietário do restaurante Bartô.

A paixão pelo peixe é tanta que, no mês de julho, os holofotes de um dos principais restaurantes da cidade viram-se para a iguaria — até quarta, o Festival do Bacalhau faz parte da programação do Dom Francisco. Disponível no jantar, tanto na unidade da Asbac quanto na da 402 Sul, a casa oferece ao público pratos como bacalhau de natas e bacalhau à portuguesa em postas finas, que variam entre R$ 165 e R$ 220, para duas pessoas, e são acompanhados por arroz branco ou com brócolis.

Ao Divirta-se Mais, o chef Francisco Ansiliero dá dicas de como preparar corretamente o peixe. "O primeiro grande diferencial de um bom prato de bacalhau, assim como de qualquer bom prato, é a qualidade do ingrediente. Não há como se fazer boa comida partindo de ingredientes ruins. Em segundo lugar, capricho e paciência. Bacalhau é um preparo trabalhoso, chegamos a levar quase uma semana para ter o peixe pronto para consumo, fazendo uma dessalga cuidadosa. Depois da dessalga correta, que não tire a maciez do peixe, é importante escolher bem os demais ingredientes, sobretudo o azeite", detalha o responsável pelo Dom Francisco.

 

Destaque do menu

Comemorando 36 anos em atividade, o Dom Francisco faz parte da história de Brasília. Desde 1988, o restaurante cativa o coração dos brasilienses para além do sabor — a valorização de produtos locais e o bom atendimento são dois dos principais pilares da casa comandada pelo chef Francisco Ansiliero. "É difícil falar da importância da casa para a cidade. Fomos pioneiros em muitas coisas, como, por exemplo, na preocupação com a qualidade do azeite, na seleção da carta de vinhos, e tivemos nossa participação na evolução da gastronomia de Brasília", pontua o proprietário da casa.

"Ensinamos coisas para a cidade, mas também aprendemos muito, tanto com clientes, quanto com os colegas de profissão. Essa troca, tão importante para o desenvolvimento do setor, é um dos aspectos mais gratificantes desta jornada. É motivo de muita alegria ver o padrão a que a gastronomia da cidade chegou. Brasília hoje tem uma cena gastronômica importante no cenário nacional, com grandes chefes e excelentes casas. Temos muito orgulho de fazer parte desta história", afirma o chef.

No menu, Ansiliero conta sua história de vida por meio de pratos idealizados por ele. Um dos responsáveis pelo renome do local, o bacalhau é a estrela de um dos carros-chefes do restaurante, o bacalhau na brasa (R$ 385 — duas pessoas), acompanhado por batatas coradas ou arroz de brócolis. Segundo o chef, o peixe remete ao convívio com uma comunidade portuguesa de Trás-os-Montes, atendida por ele na época em que era pároco na periferia de São Paulo. A escolha é uma das especialidades de Ansiliero, que criou um corte próprio do lombo do peixe.

Ademais do menu vasto e variado, a adega também é destaque no Dom Francisco, que conta com uma das maiores cartas de vinhos do país. São cerca de mil rótulos de 26 países, que variam de R$ 72,00 a quase R$ 16 mil, passando por todos os estilos de espumantes, brancos, rosés, tintos e fortificados, incluindo exemplares veganos, biodinâmicos, naturais e de mínima intervenção.

Fazem parte da seleção tanto opções de ícones do mundo do vinho quanto de produções artesanais, todos acondicionados em três adegas climatizadas, sendo a primeira para vinhos tintos do novo mundo, a segunda para tintos do velho mundo e uma terceira exclusiva para vinhos espumantes, brancos e rosés, em que as garrafas são mantidas a 60ºC, prontos para consumo.

De acordo com Francisco, são muitas as opções de vinhos que casam bem com o bacalhau, principalmente os espumantes, brancos estruturados, vinhos verdes e tintos menos tânicos. Entre elas, ele destaca os rótulos Filipa Pato 3B Brut Rosé (R$ 190), Alvarinho Soalheiro (R$ 315), Reguengos Reserva branco (R$ 139), Garbo Inquieto Merlot Sauvignon Blanc (R$ 160) e Pétalos del Bierzo (R$ 398).


Raízes portuguesas

Restaurante que também funciona como loja de vinhos e lounge, o Bartô, antes sob o nome de Bartolomeu, chegou a Brasília há 10 anos carregando as raízes portuguesas da casa originária de Goiânia. No restaurante, comandado pelo proprietário João Paulo Araújo, todos os pratos são finalizados no forno à lenha, com a possibilidade de harmonização com mais de 300 rótulos que são vendidos a preço de atacado.

Quando o assunto é bacalhau, a indicação de João Paulo é um dos clássicos da casa, o bacalhau Pil pil (R$ 318 — três pessoas), lombo de bacalhau assado no azeite com alho, cebola, brócolis, tomate italiano, tomate cereja e azeitona preta, acompanhado por arroz siciliano. Para harmonizar, o proprietário sugere o vinho tinto Santa Vitória Grande Reserva (R$ 208).

Tradição europeia

No Brasil há 30 anos, o português Antônio Barrigana escolheu a capital federal para reproduzir as delícias que estava acostumado a saborear em casa. O Tuga surgiu como um drive-thru de bacalhau e polvo na brasa na descida da Ponte JK e, com o sucesso, se transformou em casa fixa no Espaço Aroeira, Lago Norte. “Nossos pratos são todos preparados na brasa,seguindo as receitas tradicionais portuguesas”, garante o proprietário. O restaurante trabalha com três combos de três etapas, todos com bolinho de bacalhau como entrada e pastel de Belém de sobremesa. As opções de prato principal, por sua vezficam por conta do arroz de bacalhau (R$ 60), lascas de bacalhau a lagareiro (R$ 95) e lombo de bacalhau a lagareiro (R$ 155). Os valores são referentes ao combo. Para harmonizar, a indicação fica por conta da tradicional sangria (R$ 17 — 500ml).

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