Artes cênicas

Teatro Caleidoscópio celebra 30 anos com peça sobre a própria trajetória

Teatro Caleidoscópio comemora 30 anos de fundação com peça que conta os dramas e alegrias de estar em cena

Em cena, uma trupe de teatro monta uma versão reduzida de Otello, de William Shakespeare, mas o que sobressai são os dramas e contratempos do cotidiano da pequena companhia. Em cartaz hoje, amanhã e domingo, além de no próximo fim de semana, T.R.I.N.T.A traz para a cena experiências vividas pela companhia Teatro Caleidoscópio ao longo dos anos. "A gente questiona muitas coisas da nossa vida de artista, não só da experiência como intérprete, mas também diante de um sistema que também institucionaliza o teatro na cidade", explica André Amaro, diretor de T.R.I.N.T.A, que comemora as três décadas de fundação do Teatro Caleidoscópio. 

Estão no enredo a atriz que recebe uma crítica ruim e que tenta se boicotar, os alunos cujos pais demonstram insegurança diante da escolha profissional, a luta com editais e financiamentos e a tentativa constante de lidar com fantasmas do que Amaro chama de "instituições fiscalizadoras, castradoras e limitadoras da nossa profissão". 

Com quatro atores em cena, T.R.I.N.T.A ganhou formato de show, com direito a cinco músicas compostas por André Amaro e por Vanessa di Farias. Os dois dividem o palco com Raquel Aló e Claudio Lago. "Em vez de uma encenação convencional de teatro, nos colocamos diante dos microfones, como se fôssemos uma banda e interpretamos os textos ora no microfone, ora fora", avisa o diretor. "A ideia de fazer como show é que eu, de uns anos para cá, venho compondo e resolvi espontaneamente inserir músicas minhas durante os ensaios. Nós gostamos muito de tocar e compor."

O Teatro Caleidoscópio surgiu como grupo em 1994, quando Amaro voltou de temporadas durante as quais passou por experiências com Eugenio Barba, criador da antropologia teatral, e com o Théâtre du Soleil, de Ariane Mnouchkine. Em 2002, ele decidiu inaugurar o próprio teatro, no Sudoeste, no qual realizava oficinas e espetáculos próprios da companhia, mas também de outros artistas. "O Teatro Caleidoscópio foi um grande escoadouro do teatro de Brasília", diz Amaro. Em 2013, depois de oito anos de atividade, ele encerrou as atividades do teatro e a companhia nunca mais realizou um espetáculo até montar T.R.I.N.T.A. Parte dessa história é contada também no livro Viagem ao anel giratório, O espetáculo cênico e o espírito caleidoscópico, que o diretor lança junto com a montagem. 

 


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Divulgação - T.R.I.N.T.A Direção: André Amaro. Com Vanessa di Farias, Raquel Aló e Claudio Lago.
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