Foi durante caminhadas e deslocamentos que a artista plástica Cecília Lima começou a criar os objetos e instalações da exposição Lusco-Fusco, em cartaz a partir de amanhã na galeria deCurators. Com obras produzidas nos últimos quatro anos, a artista propõe uma reflexão sobre as minúcias do cotidiano e o destino de certos materiais, muitas vezes, considerados banais.
Papeis de bala coletados durante caminhadas ao fim do dia e cair da noite formam a instalação Fagulha doce. Fabricados com um plástico muito comum na indústria, os papéis começaram a chamar a atenção da artista por conta do reflexo causado pelas luzes dos postes de iluminação pública. "Quando a luz dos postes batia nesses papéis, eu conseguia identificar os reflexos na beira da pista e comecei a coleta desses fragmentos", conta Cecília.
A exposição também reúne fotografias e desenhos realizados durante os deslocamentos de carro ou de ônibus. Os registros das paisagens observadas através da janela ganham um significado particular para a artista. "O que me interessa geralmente nesses materiais e nas imagens é que passam despercebidos, de certo modo, no nosso dia a dia", diz. Outra instalação reúne caixinhas de metal encontradas no chão ou doadas por amigos. "São materiais muito pequenos e comuns, e, quando estou caminhando, algum aspecto daquilo me chama a atenção. De modo geral são coisas ordinárias, extremamente disfarçadas, e me interessa pensar uma continuidade para esses objetos", explica a artista.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br