Já é uma fórmula, e diga-se de passagem, exaurida. Pior, sistematicamente, desponta na telona: pessoas de classes menos favorecidas surfam na onda de invadir ambientes refinados. Depois de várias temporadas liderando o humor disposto no Multishow, o sempre pertinente humor e ainda astral de Rodrigo Sant'Anna desembocam na telona, diante da adaptação de Tô de Graça — O filme. Junto com Roberta Rodrigues, que interpreta uma das filhas de Maria da Graça (Sant´Anna), Sara Jane; outros rebentos agitam a trama: Shubakira (a pequena e determinada Valentina Leão) e ainda Briti (a sempre impagável Isabelle Marques), essa às voltas com uma idealizada festa de formatura.
Dirigido por César Rodrigues (Minha mãe é uma peça 2), Tô de Graça parece saído de uma recente fabriqueta de produção de comédia em série, na qual muito se arrocham os parafusos, mas cujo produto final parece ter a qualidade de um subproduto daquelas bugingangas "made in China". Só para lembrar, o novo (?!) longa ocupas as telas logo depois de Os farofeiros 2 (do rentável cinema de Roberto Santucci) e ainda na esteira de Férias trocadas, de um decadente Bruno Barreto que muito mal aproveitou o talento (restrito) do comediante Edimilson Filho.
Quase oito anos depois do acerto em Um suburbano sortudo, Sant'Anna está às voltas com as bordas de piscinas, descomposturas públicas, ofensas e descasos em torno do personagem casado com Graça, Moacir (Eliezer Motta), e ainda com a exploração de um resort inalcançável. De quebra, há a MC Soffia e o vago personagem Maico (Andy Gercker), que obtém êxito com a venda de cosmético improvisado na praia. Alguém desenha onde estaria a graça, para além do título?
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