Sob o olhar do diretor Ricardo Alves Jr. (produtor dos premiados A flor do buriti e Chuva é cantoria na aldeia dos mortos), as atrizes Aisha Brunno, Bramma Bremmer, Igui Leal e Will Soares estrelam uma fita queer: Tudo o que você podia ser. Avanços, conquistas e afirmações atravessam o dia a dia, real e acrescido de traços ficcionais para todas.
Avanços nos estudos e maiores capacitações estão na vida de Aisha que, com Will, vivia um cotidiano de ampla solidariedade. Alguma repressão familiar e a superação em um tópico ligado à saúde transforma a perspectiva de Bramma, enquanto a determinação e laços maternais se associam a Igui. Entre um universo de hedonismo, artifícios teatrais e um teor documental, pesa a liberdade e a vivência ligada à sexualidade das atrizes. O roteiro criado por Germano Melo equaciona anseios, encontros e desencontros, numa ponte que desemboca em ampla rede de amor, cumplicidade e entendimento.
Embalado pela serenidade
Tamanha a influência de Dorival Caymmi na música do Brasil, que o icônico compositor de Eu não tenho onde morar e Oração de Mãe Menininha ter insuflado uma premissa para movimentos como a Bossa Nova e a Tropicália. Oito meses depois da chegada do documentário Nas ondas de Dorival Caymmi (assinado por Locca Faria), desponta na telona outro título: Dorival Caymmi — Um homem de afetos, criação de Daniela Broitman.
Para além da notável criação, ao lado de Carmen Miranda no longa Banana da terra (1939), com O que é que a baiana tem?, as canções praieiras e a malemolência ocupam a tela, junto com as presenças dos crenças filhos do compositor de Samba da minha terra Dori, Nana e Danilo. Também comparecem Caetano Veloso e Gilberto Gil, no filme que abraça anedotas de Cristiane de Oliveira, cozinheira e confidente da família. Com modo inovador de tocar violão, Caymmi segue retratado como impulsionador da música nacional no exterior, e o filme focaliza a música que investe em temas como natureza, pescadores baianos e candomblé.
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