Foi a vida que forneceu os elementos para a artista Luli Luthi conceber a performance Corpos de LuS, que apresenta de sexta (21/6) a domingo (23/6) no Teatro Galpão Hugo Rodas do Espaço Cultural Renato Russo. Misto de performance, instalação e peça audiovisual, a obra nasceu de reflexões geradas durante a pandemia sobre a trajetória da própria artista.
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Luli é brasiliense, mas passou 20 anos morando fora da cidade. Estudou circo na França e na Bélgica, passou temporadas na Índia e em Israel e morou em São Paulo. Com a pandemia, decidiu voltar a Brasília. O retorno às origens e a recente maternidade trouxeram para a artista uma nova forma de olhar o mundo. E é um pouco desse processo que ela conta em Corpos de LuS, de maneira poética e nada literal. "A obra fala desse momento de uma artista que retorna para sua cidade 20 anos depois, como se sente em relação a isso, após ter sido mãe. O fato de se tornar mãe para qualquer mulher é muito forte. E para uma artista traz mais reflexões, como continuar ou não na carreira, que é muito instável, com uma demanda de presença e disponibilidade muito grande. E isso traz o feminino, a questão da solitude materna. E tudo isso num cenário pós-pandêmico que influencia muito", explica.
Para Luli, Corpos de LuS fala do que as pessoas, de maneira geral, sentem, mas não falam. "É um mergulho profundo na observação de quem eu fui, nas memórias, memórias do passado e memórias do futuro ancoradas no presente", diz. Para conduzir o espectador, a artista criou um ambiente multilinguagem. Ela mesma compôs a música que será executada ao vivo por meio de uma plataforma digital com sintetizadores e moduladores de voz. O cenário sensorial apresenta cheiros e temperaturas que serão sentidos pelo público, assim como plantas que podem ser tocadas.
A dança japonesa butô e elementos do circo indicam o caminho para a movimentação de Luli. "É uma performance que é multilinguagem", avisa. "A dança butô cria uma atmosfera muito profunda, de olhar para dentro, de observar como é sua própria dança, é um lado quase psicológico, de observação. Tem tudo a ver com esse momento. E o circo entra como uma coreografia numa corda aérea."
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