Música

No embalo da identidade

Otto, Lirinha, Hodari, Letícia Fialho, Puro Suco Seu Preto e Ane Êoketu são atrações no projeto Mistura Geral no Teatro dos Bancários

Letícia Fialho é um dos nomes que se apresentará no evento  -  (crédito: Divulgação)
Letícia Fialho é um dos nomes que se apresentará no evento - (crédito: Divulgação)

O Teatro dos Bancários recebe, até domingo (2/6), o projeto Mistura Geral — Música. Com entrada gratuita, o evento traz a diversidade da música brasileira contemporânea para a Asa Sul. Otto, Lirinha, Hodari, Letícia Fialho, Puro Suco, Seu Preto e Ane Êoketu são as atrações. 

A cantora Letícia Fialho celebra a oportunidade de participar do projeto: "E me sinto muito feliz por estar em uma programação com artistas consagrados pelo mercado da música brasileira. Essa integração é importante para a inserção da música de Brasília em outros espaços para além da cena local".

A artista brasiliense ressalta que a sua terra natal é uma grande fonte de ideias para o seu trabalho: "Eu acredito em Brasília como uma cidade-encruzilhada, mais do que uma cidade-avião. Uma cidade que traz de todos os cantos pessoas com suas histórias, sotaques, ritmos, poéticas, memórias reunidos nessa encruzilhada. É essa Brasília que inspira toda a minha palavra e toda a minha música". A cantora destaca  a importância da sua obra em um contexto de grande apagamento histórico do trabalho de mulheres negras na arte da sonoridade. 

Murica, integrante do grupo de hip-hop Puro Suco, diz que as composições da banda são um 'desequilíbrio musical' entre influências de samba, reggae, MPB e rap em um som autêntico: "Assim como a vida, a riqueza das composições está na diversidade, na versatilidade e na fluidez". Essa mistura de gêneros é chamada por eles de 'rap tropicalista'. 

O músico ressalta que o trio escreve sobre a vida em si e narra as próprias vivências, o que gera identificação com o público: "Falamos sobre o crime, o samba, o futebol, a tiazinha da igreja, tudo que abrange o cotidiano da periferia". Os três membros cresceram em bairros distantes do centro de Brasília. "Somos muito rigorosos no nosso método de produção. Todo o processo tem o nosso dedo, do início ao fim. Ser único é a consequência de botar a mão na massa pelo seu próprio sonho", observa o músico. 

A banda se formou na roda de rimas da Batalha do Museu, que ocorre, tradicionalmente, nos arredores da Biblioteca Nacional de Brasília. Em 2017, iniciaram uma carreira musical com o lançamento de vários singles. Com dois álbuns produzidos até hoje, o último trabalho do Puro Suco foi Cacau, que chegou às plataformas digitais no ano passado. 

*Estagiárias sob a supervisão de Severino Francisco 

 


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postado em 31/05/2024 07:00
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