Artes cênicas

Combinação de heranças marca a obra de Osvaldo Orias

Exposição de Osvaldo Orias leva uma mistura de neoexpressionismo com heranças ancestrais para o Museu Nacional da República

Obras de Osvaldo Orias em  exposição no Museu Nacional da República -  (crédito: Osvaldo Orias)
Obras de Osvaldo Orias em exposição no Museu Nacional da República - (crédito: Osvaldo Orias)

Com um pé no neo-expressionismo alemão e outro nas próprias origens pré-colombianas, o artista costa-riquenho Osvaldo Orias traz para a pintura um diálogo secular em obras da exposição Cintilâncias, em cartaz a partir deste sábado (18/5) no Museu Nacional da República. "Osvaldo faz uma apropriação da herança neoexpressionista alemã fundida com uma matriz arcaica relativa ao patrimônio americano antigo. Ele faz uma atualização dessas duas heranças", explica Carlos Silva, curador da exposição. 

Orias, que reside em Brasília desde 2021, é dono de uma pintura abstrata geométrica e se vale de uma reflexão sobre ancestralidade e territorialidade para criar as composições. Alimentado por viagens, das quais traz desde materiais locais até referências estéticas, o artista investe em correlações de paletas, cores e contrastes cromáticos que nascem de suas próprias vivências. 

Dividida em nove núcleos, a exposição reúne mais de 60 trabalhos. Há conjuntos como Águas, composto por uma série de obras nas quais aborda correspondências entre a natureza e a arte ao reforçar o valor fundamental da água. Cores como verde e azul predominam nessas pinturas. Em algumas, Orias dispensa, inclusive, o pincel e deixa à força da gravidade a tarefa de conduzir a tinta. O resultado são padrões cromáticos especiais nascidos do escorrimento do material. 

No núcleo Lua negra, a pintura ganha um agregado com a terra vulcânica trazida da Costa Rica natal. "Isso dá uma característica mais subjetiva ao trabalho", avisa Silva. Orias também usa pós-minerais em diversas pinturas, o que garante uma reflexão intensa, como se micropartículas de vidro reflexivas irradiassem a luz. Há ainda uma série de polípticos com 30 pinturas compostas em uma parede ao fundo da galeria. São pequenas pinturas quadrangulares, retangulares e circulares organizadas de maneira a dar ritmo e movimento ao conjunto. 

Serviço

Cintilâncias

De Osvaldo Orias. Curadoria: Carlos Silva. Abertura sábado (18/5), às 16h, na Galeria 2 do Museu Nacional da República. Visitação até 19 de julho, de terça a domingo, das 9h30 às 17h30.

 


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postado em 17/05/2024 07:13
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