Clara Sverner montou o repertório que apresenta nesta sexta-feira (10/5) no Sextas Musicais do CTJ Hall baseada na discografia que gravou ao longo da vida. Aos 88 anos, a pianista é uma das mais produtivas na cena da música erudita brasileira. Com 31 discos gravados — obras que vão das sonatas completas de Wolfgang Amadeus Mozart a Pixinguinha —, a artista é conhecida por transitar com desenvoltura pelo erudito e pelo popular.
Foi Clara quem redescobriu Chiquinha Gonzaga e Glauco Velasquez, compositores brasileiros que ficaram esquecidos por décadas. Os dois fazem parte do repertório que a pianista executa hoje em apresentação gratuita. Clara trabalhava em um disco em 1980 quando, entre idas e vindas às bibliotecas de partituras do Rio de Janeiro, onde mora, se deparou com uma composição de Chiquinha Gonzaga. Ficou encantada, sugeriu ao produtor gravar algumas peças e acabou por colocar a mãe do choro na cena brasileira. Dela, ela toca Bionne e Atraente. "Hoje não há quem não conheça. É uma música de grande importância, é perfeita, uma coisa extraordinária", diz a pianista.
Glauco Velasquez é menos conhecido, mas também é objeto das pesquisas de Clara. "Glauco morreu em 1914, mas foi o mais moderno dos compositores brasileiros e acho que o único expressionista. Ele viveu 30 anos, depois sumiu. Teve a semana de 22, mas ele não fazia parte, sumiu da memória. Depois de 70 anos, encontrei uma partitura", conta a pianista. De Glauco, Clara faz Devaneio e Bruto sonho. Ainda no repertório do recital no CTJ Hall estão Prelúdio e uma Balada de Frédéric Chopin, Intermezzo nº 2 de Johannes Brahms e a Sonata nº 11 de Wolfgang Amadeus Mozart.
Serviço
Concerto com Clara Sverner
Hoje, às 20 horas, no CTJ Hall (Casa Thomas Jefferson 706/906 Sul). Entrada franca.
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