Artes visuais

Exposição 'Arte no jardim' celebra 50 anos da Revolução dos Cravos

Exposição no Instituto Camões celebra a Revolução dos Cravos, que deu fim à ditadura em Portugal há 50 anos

Obra de Ana Vidigal reflete sobre a ditadura portuguesa na mostra Arte no jardim -  (crédito: Paulo Costa)
Obra de Ana Vidigal reflete sobre a ditadura portuguesa na mostra Arte no jardim - (crédito: Paulo Costa)

Para comemorar os 50 anos da Revolução dos Cravos, o Instituto Camões organizou a exposição Arte no jardim, em cartaz na Embaixada de Portugal até outubro. A mostra reúne obras de artistas brasileiros e portugueses em torno de algumas ideias inspiradas na recuperação da democracia no país europeu.

Portugal viveu sob ditadura durante mais de quatro décadas, entre 1926 e 1974, quando uma revolução liderada pelos próprios militares derrubou o regime e restaurou a democracia. "É um episódio superimportante da história de Portugal e que, no Brasil, a gente conhece pouco", explica Marcelo Jorge, curador de Arte no Jardim. "E é uma revolução sui generis porque é um grupo de militares que se reúne para derrubar uma ditadura e pedir a volta da democracia, coisa que, no Brasil, a gente não está habituado. A revolução transformou Portugal, então um país subdesenvolvido, em um país desenvolvido. É um episódio incrível da história e Portugal queria trazer essa celebração para o Brasil."

Marcelo Jorge trabalhou em parceria com Benjamin Weil, diretor do Centro de Arte Moderna Gulbenkian, em Lisboa, para montar a exposição. "Reunimos obras que discutem temas e trazem questões relacionadas aos elementos da revolução, mas não são obras sobre a revolução", explica Marcelo. Algumas das obras vieram da fundação Gulbenkian e outras foram criadas na embaixada especialmente para a exposição, caso de peças de Cecília Mori e de Marcio Carvalho. "A gente propõe um percurso, uma narrativa para o visitante ter contato com o sentimento, as dúvidas, as tensões e as expectativas relacionadas à revolução", diz o curador.

A mostra reúne 11 artistas e está dividida em três segmentos. O primeiro trata das causas e razões da revolução e discute temas como racismo, conservadorismo e machismo, valores enaltecidos pela própria ditadura. No segundo segmento estão os desdobramentos, acontecimentos e tensões do período do regime, assim como a participação popular. A terceira parte reflete sobre os resultados e expectativas relacionados à revolução. Entre as obras há desde instalações e esculturas até serigrafias e pinturas.

Serviço

Arte no jardim

Visitação até 17 de outubro, quintas e sextas, das 11h30 às 16h30, e primeiro sábado de cada mês, das 11h30 às 16h30, na Embaixada de Portugal (Avenida das Nações, Lote 2)

 

  • Obra de Flavio Cerqueira na exposição Arte no jardim, no Instituto Camões, na Embaixada de POrtugal
    Obra de Flavio Cerqueira na exposição Arte no jardim, no Instituto Camões, na Embaixada de POrtugal Foto: Divulgação
  • Obra de Flavio Cerqueira na exposição Arte no jardim, no Instituto Camões, na Embaixada de POrtugal
    Obra de Flavio Cerqueira na exposição Arte no jardim, no Instituto Camões, na Embaixada de POrtugal Foto: Divulgação
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postado em 10/05/2024 06:49
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