A cantora italiana Celeste Caramanna e o pianista argentino e brasileiro Pablo Lapidusas preparavam um show juntos quando, ao montar o repertório, se deram conta de que haviam selecionado cinco músicas de Johnny Alf. Foi então que decidiram fazer uma série de apresentações inteiramente dedicadas ao compositor carioca. "A gente começou a procurar repertório e caímos em umas coisas raras de Johnny Alf. De repente, nos pegamos com cinco músicas dele e falei: 'ah, virou um tributo'", conta Lapidusas. É esse show, intitulado Desbunde? Looking for Johnny Alf, que a dupla apresenta no Clube do Choro nesta sexta-feira (26/4), a partir das 20h30.
No palco, Lapidusas e Celeste terão a companhia de Jaques Morelenbaum e Nelson Faria, que começaram a participar das apresentações como convidados especiais e hoje já fazem parte do que virou um quarteto. Apaixonada por música brasileira, Celeste descobriu Johnny Alf por meio de obras conhecidas, como Céu e mar e Eu e a brisa, mas ficou surpresa ao pesquisar mais a fundo a obra de um dos compositores mais celebrados e menos conhecidos da bossa nova. "Nós pegamos desde um Johnny Alf muito tradicional até um muito moderno, porque partimos de obras primas até obras pouco conhecidas, como Anunciação, Sidarta e Samba do retorno", conta Celeste. "São músicas que ficaram um pouco no escuro e que são geniais. Ele tem um disco que se chama Desbunde total no qual tem um mar de músicas lindas e sonoridades incríveis nas quais ele pega realmente uma mistura da origem da música brasileira com um conjunto de ritmos e sonoridades muito vasto, até, obviamente, influências internacionais que ele adorava."
A intenção do show é iluminar o que Lapidusas chama de "lado B" do compositor, que era chamado por Tom Jobim de Gênio Alf. Todas as músicas ganharam novos arranjos compostos por Lapidusas e os primeiros ensaios foram realizados apenas com piano e voz. Durante a estreia no Blue Note, no Rio de Janeiro, o pianista ficou lisonjeado ao receber do multinstrumentista Carlos Malta o elogio de que havia "dado nó" nas harmonias de Alf. "A gente fez um laboratório, gravamos, fomos para o estúdio, fizemos pré-produção testando coisas. A Celeste tem 25 anos, estamos em 2024, é uma questão natural fazer uma releitura", explica o músico, que agora prepara a gravação de um disco e um turnê internacional para o show.
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