Há 40 anos, as bandas Capital Inicial, Legião Urbana e Plebe Rude, fizeram história em um pequeno palco no pátio do Colégio Alvorada. A fama de Brasília como capital do rock surge das vozes, músicas e trajetórias desses nomes e, décadas depois, elas assumem um palco do tamanho do Nilson Nelson para uma celebração. Novamente, o Capital inicial convida nomes como Zélia Duncan, Scalene, Marcelo Bonfá e os longevos companheiros do Plebe Rude para a reedição do show Música Urbana, neste sábado (19/4).
O show será realizado horas antes do aniversário de Brasília e diz muito sobre o que ele representa, tanto para o público da cidade, quanto para os músicos que fizeram carreira nas superquadras. "Eu vejo como uma celebração do rock de Brasília. O que aconteceu aí no começo dos anos 1980 e nas décadas seguintes é, na minha opinião, uma página importante da história da música popular brasileira, não só do rock brasileiro. Várias canções escritas por essa turma fazem parte do cancioneiro popular do nosso país. E tudo começou da forma mais inocente e improvisada imaginável. É preciso celebrar essa improvável história", afirma Dinho Ouro Preto, vocalista da banda Capital Inicial, ao Correio. "Eu já fico naturalmente ansioso com qualquer show, em qualquer lugar, seja lá qual for a dimensão, mas o show no sábado não é qualquer show. É uma data e um evento muito simbólicos", acrescenta.
O músico está ansioso para tornar a estabelecer uma comunhão com o público da mesma maneira que tinha há 40 anos. Para além de um show, é um encontro para matar a saudade do que já está marcado na história da música no coração de pessoas em todo Brasil. "É como se entrássemos todos na mesma sintonia. Na mesma frequência. Nós, a banda, junto com a plateia. Numa catarse. O público vê que nós estamos nos divertindo tanto quanto eles. Eu vejo nos olhos deles o prazer, o entusiasmo, que por sua vez realimenta a visceralidade dos músicos", ressalta o cantor, que acredita que essa energia tomará o Nilson Nelson. "Vamos todos juntos num crescendo de adrenalina que é quase uma catarse. É uma experiência intensa. É singular. Singular e imperdível", exalta.
A comemoração da passagem do tempo trouxe um novo Música Urbana, mas essa festa décadas depois só foi possível porque os artistas continuaram relevantes para o público que os escuta. "Eu atribuo o interesse continuado do público à sinceridade, honestidade, relevância e urgência das letras. Essas canções encontram ressonância até hoje em qualquer lugar do nosso país. Em todas as regiões e todas as faixas etárias", analisa Dinho.
Porém, quem vive de passado é museu. O Capital Inicial acredita que esse evento é muito mais um passo à frente do que olhar para trás. "Eu vejo o show como uma celebração da nossa geração, mas também aponta para o futuro. Acredito que mede-se a saúde de um determinado gênero olhando para a garotada. Olhando para o horizonte e vendo as gerações seguintes", reflete. "Uma das mais importantes realizações da nossa geração foi deixar um caminho; mais do que isso, a realização de que era possível acreditar num sonho, para as gerações seguintes. Sim, o show é uma celebração de um evento que aconteceu há quarenta anos, mas vamos também tocar coisas bem mais recentes porque continuamos acreditando que devemos sempre olhar para frente, para o futuro. Acho que é isso, comemorar o passado já pensando no futuro", completa.
Serviço
Música Urbana
Sábado (19/4) R$ 70 (Meia-entrada das cadeiras superiores) e estão disponíveis na plataforma Eventim
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