Segundo dita a tradição católica, a prática de jejum de carne vermelha e frango é recomendada durante a Semana Santa, como uma expressão de respeito e fé. Enquanto a carne representa os vícios e defeitos do mundo material, o peixe é considerado o alimento da vida e pode ser uma boa substituição para esse período. Pela grande variedade de espécies, a possibilidade de pratos também é vasta, tanto no preparo, como na apresentação, e abrange outros frutos do mar, como camarão e lagosta.
Entre os pratos mais procurados nessa época, Angélica Campos Rafael, proprietária do restaurante português Taberna Lusitana, conta que o bacalhau é um dos principais. "Sem dúvida, há um aumento expressivo do consumo de peixe na Semana Santa e o bacalhau é o grande destaque dessa época", conta. Esse costume começou no Brasil na mesma época do período colonial e foi intensificado pela praticidade do peixe ser salgado e desidratado, o que ajuda no armazenamento.
Devido à importância da data e o caráter celebratório do feriado, os restaurantes focam não só na culinária, como também no atendimento e recepção dos clientes. "Esperamos a Semana Santa com entusiasmo, pois sabemos que é um momento de reunião e confraternização das famílias e amigos", completa.
Tradição lusitana
Típica casa portuguesa, o Sagres Restaurante faz parte da história da capital federal desde 1995. O espaço gastronômico, comandado pela chef Olga Soares, oferece ao público brasiliense criações originais, transmitidas pela família de Olga de geração em geração, além de receitas tradicionais da culinária lusitana.
Na Semana Santa, o restaurante se prepara para receber os clientes "da melhor e mais saborosa forma possível", garante a chef. No menu, os destaques para o feriado ficam por conta do bacalhau à lagareiro (R$ 382 — duas pessoas), posta de bacalhau e batatas ao murro no azeite ao forno, cobertos com alhos dourados, salsa picada, ovo cozido e azeitonas pretas, e do bacalhau com natas (R$ 289 — duas pessoas), bacalhau desfiado com batata, cebola e creme de natas gratinado ao forno.
Aquela moqueca
Com o lema "Sabor e qualidade acima de tudo", o restaurante tradicional Ki-Mukeka carrega os segredos de Ivone Oliveira, responsável pela técnica de preparar peixes de forma única e saborosa. Inaugurada em 1983, a cozinha baiana de frutos do mar trabalha com pratos frescos, feitos pela 3ª geração da família Oliveira. "Só os proprietários, filhos e netos da Dona Ivone, são responsáveis pelo preparo de todos os pratos, ou seja, só nós que temperamos", explica a proprietária do estabelecimento de Brasília, Cristina Oliveira.
Durante a Semana Santa, ela garante que o restaurante oferece "o mesmo carinho, entusiasmo, respeito, estrutura e atenção de sempre", completa. O cardápio conta com a conhecida moqueca de camarão (R$ 235,50), que serve duas pessoas. Refogado no azeite de dendê e leite de coco, o prato é servido com caldo borbulhante e acompanhado por arroz, pirão e farofa.
Variedades do mar
Uma das principais casas de frutos do mar do país, o Nau é responsável por trazer o gostinho praiano para o Planalto Central. Em ambiente tematizado que remete ao litoral brasileiro, o restaurante tem como grande destaque seu extenso menu, que abrange opções desde tilápias e robalos a camarões e lulas, além de uma privilegiada vista para o Lago Paranoá.
Nesta Sexta-feira Santa, a indicação da casa é o bacalhau em posta (R$ 125), com cebolas caramelizadas, alho e azeitonas roxas. Acompanha batatas ao murro e arroz branco.