Artes cênicas

Paralelo 16º faz Mostra de Dança Contemporânea em Brasília este fim de semana

Mostra de dança contemporânea traz espetáculos de companhias brasileiras que apostam na pluralidade de linguagens

Criar um espaço de apresentação e investir na pluralidade de linguagens são alguns dos objetivos da Paralelo 16º — Mostra de Dança Contemporânea em cartaz no Teatro da Caixa até domingo. No total, quatro grupos de diferentes regiões do país, incluindo Brasília, participam de um programa com espetáculos recentes e inéditos na cidade. Essa é a 12ª edição da mostra e a segunda vez que é apresentada em Brasília. "Um dos nossos critérios é oferecer mercado de trabalho para esses grupos, porque está cada vez mais difícil de trabalhar e de se manter", explica Vera Bicalho, idealizadora da mostra. "Os grupos estão se desfazendo para se tornarem duos ou solos e os grandes grupos estão se perdendo ao longo da vida."

A Paralelo 16º é um projeto criado pelo Quasar, companhia goiana que sofreu com a redução de patrocínios da Petrobras em 2016, quando o contrato foi finalizado e o grupo se desfez da sede e do formato no qual os bailarinos ganhavam salários fixos. "Em 2017 e 2018, a gente voltou a trabalhar em projetos, e não no formato que havia antes, que era o da continuidade", conta Vera.

Hoje, o brasiliense Anti Status Quo apresenta QR Corpo, que aposta na interação da tecnologia com a comunicação visual num diálogo no qual os movimentos são gerados a partir da leitura do código. Em Me brega, baile, do Coletivo Casa 4, de Salvador, quatro bailarinos encenam uma festa na qual dançam valsas e forrós ao mesmo tempo em que questionam padrões heteronormativos. "O espetáculo é uma grande festa no salão de dança e os bailarinos estimulam homem a dançar com homem, sem preconceito e sem regra. A partir disso,  eles vão criando cenas", explica Vera.

A Quasar participa do programa com Carinhosamente, juntos, espetáculo inclusivo do qual participam sete bailarinos PCD, além de cinco da companhia. "É um trabalho poético que fala do encontro e das diferenças mas que, ao mesmo tempo, não precisa ter diferença, é uma diferença visível, física, mas todos ali estão fazendo a mesma coisa, participando da mesma coisa, comemorando a mesma coisa. É um não à indiferença", avisa a coordenadora da mostra.

 


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Nityama Macrini - 'QR Corpo', da Anti Status Quo
Layza Vasconcelos - 'Carinhosamente, Juntos', da Quasar