O stand up comedy é uma modalidade de espetáculo pautada na apresentação individual de um humorista por vez. Porém, quando se trata do grupo de comediantes 100 Punch, a individualidade, tão característica de shows de stand up comedy, não tem vez. O coletivo composto pelos humoristas Clítia Daniel, Jackson Rosa, Jaguatirica do Cerrado e Rafael Judeu atua de maneira conjunta, sincronizada e caótica. A trupe sobe ao palco do Teatro de Bolso, no Espaço Cultural Renato Russo, neste sábado (18/2), às 20h.
Ao Correio, o grupo de atores adianta alguns detalhes do próximo show de stand up, além de compartilhar a expectativa que marca toda véspera de apresentação. "Humor de forma saudável e divertida", define Rafael Judeu, integrante do 100 Punch. O nome do grupo, inclusive, é uma referência aos próprios jargões utilizados entre os humoristas familiarizados com as técnicas do stand up comedy. Segundo Rafael, punch line é como é chamado o "clímax" da piada, responsável por arrancar da plateia as melhores e mais altas gargalhadas.
O show de comédia do coletivo surpreende também pela inclusão de diferentes públicos nas casas em que se apresentam, uma vez que cada um dos quatro integrantes é especializado em um estilo de humor específico. Clítia Daniel, por exemplo, é professora e membro mais nova do 100 Punch. Ela começou a se apresentar em shows de stand up mais recentemente se comparado aos colegas, mas aprecia bastante a dinâmica que tem construído em cima do palco. "Nosso show consiste em quatro comediantes, cada um no seu estilo. Isso é interessante porque cada um tem o seu jeito de se apresentar, o que virou uma mistura única", descreve Clítia.
Jackson Rosa é surdo unilateral e também um dos integrantes do grupo. Sobre o show de amanhã, ele descreve como desafiadora a sensação que antecede cada apresentação, por não saber ao certo se o público comparecerá ou não a cada espetáculo. Contudo, o comediante lembra que sempre é surpreendido pela presença de peso do público, que a cada edição se renova com espectadores que nunca assistiram ao show. Sobre a surdez em um dos ouvidos, Jackson explica que o humor serviu de combustível para a aceitação. "É uma forma de viver", ressalta Rosa.
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco