Fotografia

Uma história do trabalho pelas lentes de Sebastião Salgado

Exposição de Sebastião Salgado no SESI Lab é prorrogada e pode ser visitada até 10 de março

Fotos fazem reflexão sobre trabalhos manuais realizados em condições difíceis -  (crédito:  Carlos Vieira)
Fotos fazem reflexão sobre trabalhos manuais realizados em condições difíceis - (crédito: Carlos Vieira)

Em cartaz no Sesi Lab, a exposição Trabalhadores, de Sebastião Salgado, foi prorrogada até 10 de março e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9h às 18h. A mostra teve início em agosto de 2023 e foi pensada para dialogar com o tema O futuro das profissões, que pautou as ações do espaço durante o ano passado.

Trabalhadores é a segunda exposição temporária a ocupar o espaço desde a abertura do Sesi Lab, um museu de ciências que apresenta obras criadas para a interação e para proporcionar experiências sensoriais ao público. "A gente abriu o Sesi Lab trabalhando com esse tema do futuro das profissões e, a partir disso, a gente queria muito que nossa segunda exposição temporária fosse de um artista brasileiro", explica Agne Mileris, gerente de programação cultural do Sesi. "Tendo isso em mente, a gente conseguiu chegar no Salgado e nessa exposição."

A mostra foi montada no Brasil pela primeira vez no início da década de 1990, no Masp, em São Paulo, e carregava um caráter forte de denúncia com imagens de pessoas que trabalhavam em profissões penosas, muitas vezes perigosas e que, quase sempre, exigiam um enorme esforço físico. Muitas das fotografias, como as realizadas em Serra Pelada, compõem o imaginário do público. "Já se passaram mais de 20 anos desde que essa exposição aconteceu e várias coisas mudaram. A gente achou que seria importante trazer essa perspectiva histórica", explica Agnes, ao lembrar que muitas das profissões registradas por Salgado não existem mais.

A exposição é fruto de um projeto no qual Salgado foi atrás do registro de profissões manuais resultantes da Revolução Industrial e que, na virada da década de 1980 para 1990, estavam a caminho da extinção. Realizado entre 1986 e 1992, o trabalho rendeu o livro de mesmo nome e uma megaexposição que percorreu o mundo. O projeto do percurso expográfico montado no Sesi Lab é assinado por Lélia Wanick Salgado, mulher do fotógrafo e responsável pelos projetos gráficos dos livros e das exposições. "Os textos da curadoria trazem essa perspectiva de que muitos desses processos hoje não existem mais, por isso essa exposição é histórica. E por isso foi interessante trazer a exposição, porque é importante compreender a importância de conhecer o passado para que se pense o futuro", diz Agnes.

Serviço

Trabalhadores

De Sebastião Salgado. Visitação até 10 de março, de terça a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h, no Sesi Lab (ao lado da Rodoviária do Plano Piloto). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia) nohttps://site.bileto. sympla.com.br/sesilab/

 


Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 16/02/2024 07:00 / atualizado em 16/02/2024 10:24
x