Nos anos 1990 e 2000, a cena musical brasileira contava com fenômenos do pagode universitário como o Jeito Moleque e os Inimigos da HP. Os dois grupos ficaram conhecidos por diversos sucessos, como Eu nunca amei assim e Caça e caçador, respectivamente. Após cerca de 25 anos de carreira, eles se reúnem no projeto A Faculdade para relembrar, justamente, a época que estudavam e frequentavam esse ambiente. O show será amanhã, no Bothanic, às 18h.
O pagode universitário nasce nos bares, churrascos e comemorações dos graduandos, que se reúnem em rodas de samba e misturam o gênero com fragmentos da música pop. Segundo Gui Albuquerque, vocalista do Jeito Moleque, o show da nova turnê é nostálgico, porque as duas bandas também são. "A memória emotiva que desperta no público, na galera, é representando o que surgiu lá nos anos 2000", explica.
Além de surgirem na mesma época — final da década de 1990 — os dois grupos compartilharam as etapas da carreira, o que permitiu que acompanhassem o crescimento um do outro e desenvolvessem uma amizade. "Reflete no palco a amizade, não só a sintonia musical que as duas bandas têm, mas a amizade. A gente é muito fã deles, muito, e isso fica muito claro no show", completa Albuquerque, que compõe Jeito Moleque com Carlinhos (cavaquinho e vocal), Felipe (violões, banjo e vocal), Rafa (percussão e vocal) e o Alemão (percussão e vocal).
A turnê, que viaja pelo Brasil, é um sonho antigo dos fãs e da banda. Ela foi adiada ao longo dos anos devido à agenda incompatível, tendo a estreia apenas em abril deste ano, em São Paulo. A produção carrega um repertório único, com mixagens e referências de canções antigas e recentes dos grupos. "A galera vai sentir essa volta no tempo, nos anos 2000, porque é essa a intenção. E não só para a galera antiga que curtiu, mas para a galera da nova geração que está se formando, que está pedindo muito", explica o vocalista.
Albuquerque ainda destaca que o Jeito Moleque tem uma ligação muito forte com Brasília. "Fizemos shows incríveis na região, estamos morrendo de saudade, faz um tempo que a gente não aparece na cidade. Então, preparamos um mix das histórias", afirma. Além de São Paulo, as bandas também passam por Vitória (ES), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ).
O retorno dos Inimigos da HP também é marcante para a cidade. Formado por Sebá (voz), Alemão (surdo), Tocha (rebolo), Cebola (pandeiro) e Gui (repique), o grupo foi indicado ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode pelo álbum Inimigos da HP — Ao Vivo, em 2009. A banda ficou conhecida por uma clássica frase antes do show e os brasilienses poderão ouvi-la novamente amanhã: "Mãe, vou no show do Inimigos, mãe".
*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel