Primeira exposição de um ciclo de quatro, Bença tem como proposta trazer para a galeria Pé Vermelho, em Planaltina, um artista reconhecido nacionalmente e de fora do eixo Rio-São Paulo e dois da cena do Distrito Federal que começam a ganhar projeção. Em cartaz a partir de amanhã, a mostra conta com o convidado Dalton Paula e com Débora Passos e Lua Cavalcante.
Com uma produção que gira em torno de temas como ancestralidade e natureza, os três artistas estabelecem um diálogo em torno de um universo comum ao mesmo tempo em que exploram linguagem e suporte muito próprios de pesquisas estéticas particulares. "Eles têm uma produção que gira em torno de ancestralidade, da relação com tecnologias da natureza e uma certa relação com o que é do espiritual, da ordem do sagrado, por isso a gente deu título da exposição de Bença, porque faz essa menção", avisa a curadora Gisele Lima.
Débora pinta aquarelas de plantas diferentes e faz bordados nos quais utiliza cabelos, uma presença corporal que também está na obra de Lua com o Santuário pra Maria Garra, personagem criada pela artista e que se traduz em misto de gente e onça. "Lua fala do corpo dela, um corpo com deficiência, Dalton fala de um corpo novo. Dele vamos ter fotografia, vídeo e serigrafias que perpassam essa relação com o corpo até videoperfomances em que ele traz a questão da ancestralidade", conta Gisele.
A curadora explica que muitas questões atravessaram a escolha dos artistas e o formato do ciclo de exposições, mas a ideia principal era olhar para a cena do DF e para nomes "não sudestinos". "O projeto foi pensado com esse artista não sudestino com grande projeção como convidado. Não levamos somente em consideração a poética do artista, mas quais artistas se beneficiam melhor dessa projeção", explica a curadora, que, junto com a coordenação da Pé Vermelho, batizou o ciclo de Contraêxodo: Estratégias de inserções.