gastronomia

Conheça o mapa-mundi dos sabores espalhado pelos restaurantes do DF

Um dos principais polos gastronômicos nacionais, Brasília reúne chefs internacionais que trazem à cidade o melhor da gastronomia mundial

Por maior que seja a distância, a globalização permitiu trocas culturais entre os principais países do mundo. Assim, surgiu a curiosidade e a vontade de se aproximar dos hábitos adotados por populações com características distintas e, até mesmo, surpreendentes para os brasileiros. A gastronomia é, e sempre foi, uma das principais formas de conhecer novas culturas e tradições, usando e abusando do poder de transportar os amantes da culinária para diferentes lugares por meio do sabor.

Cada vez mais, Brasília tem se tornado sede do trabalho de chefs de cozinha internacionais que vêm ao centro do país com a missão de trazer o melhor dos respectivos países de origem para os brasilienses. "Lembro de momentos na cozinha com minha mãe, ou em cursos que fiz ao longo dos anos ainda na Índia, para aprimorar tudo aquilo que aprendi ao longo da minha caminhada. Quando decidi vir ao Brasil, foi para viver esse sonho: cozinhar e levar a gastronomia indiana que é tão rica de aromas, temperos e sabores ao Brasil", conta o chef Ankit Rawat, responsável pelo restaurante Namaste.

Muito além de representar a culinária internacional no Brasil, os chefs procuram, também, se aproximar e se adaptar à comida local, sem perder a essência. "A gastronomia brasileira é muito ligada à cubana, por ter uma base afro-europeia, e pelo fato da semelhança do clima tropical, a matéria prima nas cozinhas é a mesma — feijão, arroz, mandioca, frutas. Isso ajudou muito a introduzir a proposta da gastronomia cubana no mercado brasiliense", avalia o chef Miguel Padilla, do restaurante Bodega de la Habana. "Acho que a adaptação não é difícil, o cliente brasileiro é sofisticado, inovador e curioso e ousa experimentar coisas novas. Sei que não preciso cair no comportamento típico de adaptar sabores por medo de ser rejeitado", complementa Nicolas Mendez, chef do Kay Pacha.

Caminho das ìndias

Apaixonado por gastronomia, Ankit Rawat abriu o restaurante Namaste para trazer o sabor da culinária indiana para o Brasil. Segundo ele, ambos países têm suas peculiaridades e sabores incríveis. “Descobri que juntar nossos pratos indianos com um gostinho brasileiro é uma ótima fusão”, enfatiza Ankit Rawat, chef e proprietário da casa. Para Ankit, a receptividade dos brasilienses faz ele se sentir em casa e, de acordo com o chef, a descoberta de que os brasileiros são apaixonados por proteínas que não são carne vermelha, fato que o fez lembrar do país natal. O prato do restaurante mais recomendado pelo chef é o thali (R$ 47,90), menu composto por vegetais empanados, grão de bico, ricota, batata, salada, pão indiano e doce de arroz. “Permite que nosso cliente consiga viajar para Índia sentado em nosso restaurante”, ressalta.

O verdadeiro sabor argentino

Pepe Sotelo sempre se interessou por aprender sobre culinárias diferentes. Argentino, o chef tem como missão levar para o brasiliense o verdadeiro sabor do país em que nasceu. “Quero trazer o gosto dos tradicionais chouriços, das empanadas, dos nossos temperos”, lista Pepe. Na capital, o cozinheiro se estabeleceu como proprietário do Fuego Alma e Vino, um dos principais restaurantes argentinos da cidade, e recomenda o famoso bife ancho (R$ 192 — 500g) para os que pretendem visitar a casa pela primeira vez. “Nós tratamos o bife ancho como o rei da carne na Argentina. No Fuego, eu recomendo que os clientes desfrutem dele com uma boa sala, batatas fritas e arroz com brócolis”, indica.

Havana, uh na na!


Após estudar gastronomia e trabalhar como cozinheiro na área de hotelaria por oito anos em Cuba, o chef de cozinha Miguel Padilla veio rumo ao Brasil em busca de melhores oportunidades de trabalho. Foi aqui que o cubano finalmente conseguiu alcançar os cargos de subchefe e chef, o que culminou na abertura do próprio restaurante — Bodega de la Habana. "Pelo que tenho pesquisado, Bodega de la Habana é o único restaurante de gastronomia cubana no Brasil. Tenho o desafio de representar a cultura gastronômica cubana com estilo e qualidade, conforme os padrões brasilienses", relata Miguel.

No cardápio, os clientes encontram opções tradicionalmente cubanas, das entradas às sobremesas, passando pelas bebidas. Um dos pratos principais que mais chama atenção é o chilindrón de cordero (R$ 81), tornedor de carne de cordeiro sem osso assado, guarnecido com o próprio molho demi glace, crosta de pão, orégano, alho, alecrim e manjericão crocante. O prato é acompanhado pelo famoso moros y cristianos, o feijão com arroz cubano. Para harmonizar, diferentes versões do mojito são encontradas na carta de drinks, como, por exemplo, o absolut mojito (R$ 32), que leva vodka no lugar de rum.

 

Tradicional e purista

Com paladar aguçado desde a infância, há nove anos o português Domingos da Veiga chegou a Brasília e abriu o restaurante Portugal e seus sabores com duas receitas excepcionais: bolinho de bacalhau e pastel de belém. Além disso, o chef é especialista em azeite, iguaria de Portugal que é a base de muitas receitas da casa. “A gente procura extrair o sabor dos alimentos, fazer comida de verdade, comida com temperos naturais e básicos”, destaca.

Além do bolinho de bacalhau e o pastel de belém, o bacalhau com natas (R$ 89) se destaca. “Somos bem puristas na maneira de fazer o bacalhau. Evito muitos molhos porque eu acho que tira um pouco o gosto tradicional. O bacalhau com natas a gente faz é mais puro, tem, basicamente, bacalhau com batata e bem pouco de creme de leite”, observa Domingos. O bacalhau confitado e a tilápia são outros pratos que conquistam o paladar dos clientes.

 

Uniao Peru e Brasil

O chef peruano Marco Espinoza abriu o restaurante Taypá em Brasília para cumprir a missão de difundir a culinária peruana. "Minha trajetória está marcada por ter conseguido acrescentar, de alguma forma, conceitos como base da gastronomia Peruana. Nosso trabalho sempre foi apresentar nossa cultura gastronômica em diferentes cidades", define Marco Espinoza.

Segundo o chef, a culinária peruana se aproxima muito da brasileira pelos costumes semelhantes. "A integração da culinária Peruana no Brasil se deu há, aproximadamente, 20 anos. Tem como adaptar porque temos costumes parecidos, ingredientes que fazem parte da refeição diária, como batata, peixes, arroz, carne de porco e boi", observa. Para ele, quem visita a casa pela primeira vez não pode deixar de provar o ceviche (R$ 90), o atum Taypá (R$ 132) e o mousse de chocolate branco (R$ 38).

 

 

Mais Lidas