Conhecido por canções provocativas, Rogério Skylab se diz um cadáver da MPB. Por 28 anos, o carioca, hoje aposentado, conciliou a caretice burocrática como funcionário do Banco do Brasil com uma intensa dedicação à carreira musical, vida dupla que lhe rendeu mais de 30 cultuados lançamentos. Em uma de suas letras mais conhecidas, cutuca: “Você vai continuar fazendo música?”. Amanhã, a partir das 22h, o compositor responde à indagação no Galpão 17 (SMAS), no que é sua terceira performance na cidade.
Com trajetória marcada por composições como Matador de passarinho e Carrocinha de cachorro quente, Skylab, inspirado por nomes como Júpiter Maçã e Arrigo Barnabé, explora em sua arte o universo do estranho, do grotesco e do erótico. “A Tropicália é careta perto daquele disco Clara crocodilo, do Arrigo”, argumenta.
A mais nova adição à extensa discografia é o disco Caos e cosmos 3, lançado mês passado. Com temática que aborda palcos de trágicos eventos políticos, esse marca o primeiro grande experimento instrumental do artista, com sonoridade adjacente ao free jazz. “O disco é uma homenagem que eu faço a Frank Zappa e John Zorn. Eu realmente queria fazer um disco absolutamente instrumental, só com alguns gritos e vocalizações”, diz.
Com mais de três décadas de carreira, foi apenas em 2021 que Skylab performou na cidade, num palco montado dentro de um ônibus no festival Picnik. “Eu até ouvi em off que aquele show ali foi provavelmente o melhor show do festival. E olha que ali tinha pessoas interessantes, inclusive aquele guitarrista do Sonic Youth”.
Serviço
Halloween do Galpão 17
Galpão 17 (SMAS Área especial G). Amanhã, a partir das 22h. Ingressos a partir de R$ 70, disponíveis no Sympla.