Em uma série de fotos, objetos e pinturas, o artista catarinense Sérgio Adriano H propõe ao público um olhar crítico sobre a história do Brasil e uma reflexão sobre como uma colonização violenta e ancorada na escravização de um povo tem impacto até hoje na sociedade brasileira. A exposição desCOLONIZAR CORpos traz para a Caixa Cultural uma série de obras que colocam o espectador frente a frente com o racismo estrutural e com a violência da colonização.
Uma série de fotografias forma a parte mais importante da exposição. São, na verdade, fotoperformances nas quais o artista se autofotografa em lugares históricos e, a partir das narrativas da história do Brasil, questiona o lugar dos povos escravizados e originários nos discursos oficiais. "As fotos são impressas em tecido e o que sustenta as fotos são cabos de vassouras, então vou discutir onde estão os corpos negros nas instituições", explica o artista.
Sérgio Adriano traz uma reflexão central nas obras de desCOLONIZAR CORpos. "Vou discutir como, em 2023, a Casa Grande não sumiu", avisa. "Simplesmente se disfarçou, mas continua existindo, está de frente para o mar, no condomínio. A escravidão só está disfarçada. Antes você sabia que as pessoas escravizadas eram escravizadas porque estavam descalças. E como é hoje? É invisível, mas as pessoas da minha cor continuam sentindo. Essa exposição discute vários aspectos invisíveis na nossa sociedade, mas presentes."
Serviço
desCOLONIZAR CORpos
Exposição de Sérgio Adriano H. Visitação até 17 de dezembro, de terça-feira a domingo, das 9h às 21h, na CAIXA Cultural Brasília (SBS Quadra 4 Lotes ¾)
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Autorretratos do artista fazem parte da exposição Foto: Sérgio Adriano H
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