Consciência, música e arte. Desde 2017, o festival CoMA sempre manteve os valores que quer trazer para a música de Brasília. O evento chega a mais uma edição em 2023 e ocupa o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) pela primeira vez com shows especiais e encontros inéditos.
Nomes como João Bosco, BaianaSystem, Tuyo e Johnny Hooker cantando Marília Mendonça ocupam os palcos sul e norte do festival, que tem como tônica as apresentações unindo dois músicos distintos. Os exemplos deste ano são a banda goiana Boogarins, que se soma à brasiliense Gaivota Naves, o carioca Saudade, que toca com a banda local Ellefante; e o coletivo de jazz paulista Bixiga 70 que convida a cantora pernambucana Jessica Caitano.
"Participar deste festival é uma grande alegria para mim", exalta João Bosco, principal atração do sábado de CoMA. "Esse evento é de uma necessidade cultural do Brasil como um todo, deveriam ter festivais como este pelo menos nos principais centros urbanos do país", destaca um dos grandes nomes da história da MPB.
O músico explica que há algo de único na ideia de fazer um evento de música com conferências, mas que preza pelo público, com valores atrativos de ingressos, R$ 30 a inteira, e uma lineup bastante diversificada. "Primeiro porque é um festival que traz a palavra 'consciência' no início. Segundo, porque ele preza pela diversidade da cultura brasileira, puxada nesse caso pela música", exemplifica João Bosco. "Participar de um evento tão plural, tão múltiplo e tão amplo, com o chamamento pela consciência e a atenção pelo o que é o Brasil é, não só, fundamental como oportuno. Visto que estamos saindo de tempos muito difíceis para a cultura", ressalta.
O festival tem a intenção de colocar Brasília cada vez mais no circuito de eventos musicais brasileiros, mas coloca a discussão e o fomento a arte lado a lado com o fator música. "Festival é fomentação e incentivo, é um dos motores que faz a roda desse universo da música girar", explica Lay, da banda Tuyo, também atração de sábado do evento.
A artista tem críticas ao atual modelo musical do Brasil. "Ainda sinto que tem muito a ser feito, no geral, como fomentar cultura local, abranger bandas nacionais mais do que as gringas, recuperar aquela coisa de saber o que acontece na música popular brasileira, entender o próprio tempo", afirma Lay, que concorda com João Bosco no que diz respeito à importância de um evento como este no centro do país: "Por isso, festivais como o CoMA, que integram a cidade com cultura, são importantíssimos".
Colaborou Isabela Berrogain
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