Cênicas

A obra 'Azul' chega no Teatro do CCBB Brasília nesta sexta-feira (15/9)

O espetáculo Azul, dirigido especialmente ao público infantojuvenil, discute a realidade de crianças neurodiversas

O Centro Cultural do Banco do Brasil de Brasília (CCBB) recebe o grupo Artesanal Companhia de Teatro para o espetáculo infantojuvenil Azul. A estreia na programação chega nesta sexta-feira e permanecerá até 8 de outubro. Com direção de Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves, o espetáculo traz a vivência de Violeta, uma menina de quatro anos que está ansiosa pela chegada de seu irmão, Azul. As sessões serão nas sextas, às 19h, sábados e domingos às 11h e 16h e os ingressos para a peça custam a R$30 e R$15.

Ao receber o novo membro da família, Violeta percebe que seu novo irmão ocupa um espaço inesperado na vida da família. Entre os ciúmes e a aceitação de um irmão tão diferente, Violeta descobre que é preciso lidar com o que a vida propõe para a solução natural dos conflitos. A peça é uma história de amor entre irmãos, unidos pela diferença. O texto e a dramaturgia também têm a assinatura de Andrea Batitucci.

Segundo o diretor Gustavo Bicalho, Azul é um projeto que surgiu em 2016, enquanto escrevia outro texto com Andrea Batitucci. "A ideia era falar um pouco da experiência de uma família, na qual um dos integrantes é neurodiverso."Andrea tinha contato direto com a vivência por ter sido madastra de uma menina adolescente com TEA, que, em vários aspectos, era uma história que merecia ser contada. A proposta do espetáculo é buscar uma nova perspectiva ao se falar de crianças neurodivergentes "Ao falarmos do autismo, pensamos muito nas pessoas com diagnóstico ou nos pais e não damos muita voz aos irmãos, primos, tios etc."

O espetáculo busca refletir de que forma a nossa sociedade também deve ser mais compreensiva "É preciso encontrar os pontos que nos conectam e da mesma forma que eles precisam aprender a viver na nossa sociedade, nós também temos que aprender em como tornar nossa sociedade mais inclusiva - em todos os sentidos". Essa inclusão é extremamente necessária principalmente por conta do passado conturbado que pessoas neurodivergentes tiveram que passar "No passado, muitos casos de autismo eram tratados como doenças psiquiátricas severas, porque não se havia o entendimento sobre o tema."

"Azul apresenta uma família neurotípica, que tem uma pessoa atípica na família. E é tudo tratado com muito amor e respeito. Não porque a gente ache que o “amor” resolve tudo, mas é fundamental para que a família tenha uma estrutura emocional para lidar com pessoas que sentem e pensam o mundo de forma diferente.", diz o diretor. A produção do espetáculo foi feita de forma para que o espetáculo tivesse uma identidade visual de fácil compreensão "Azul é um espetáculo com bonecos e máscaras. O conceito da “animação” sempre existiu no projeto, e por isso, muitos falam que Azul parece ter saído de um “desenho animado”. Ficamos muito felizes com isso. Porque a animação proporciona uma linguagem única, que pode ser entendida além da palavra. São as cores, os gestos, os silêncios, muitas vezes, que comunicam aquilo que precisamos comunicar." A concepção, criação e a confecção dos bonecos e das máscaras foram produzidos por Dante, em que o próprio diretor elogia "Parecem que tem alma própria. Chega um momento, que não vemos mais os bonecos e sim os personagens."

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

Serviço

Azul

Sextas, às 19h, sábados e domingos às 11h e 16h, no Centro Cultural do Banco do Brasil (SCES Trecho 2 - Asa Sul).

 

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