Responsável por unir os quatro cantos do país, a cachaça representa o Brasil tanto quanto o futebol e o samba. Com uma história atrelada à evolução colonial do país e à luta pela brasilidade da semana de arte de 1922, a bebida base da caipirinha já conquistou o mundo inteiro pela sua tropicalidade, sabor e pureza. Na semana em que é celebrado o Dia Nacional da Cachaça, o Divirta-se mais convidou o especialista Rafael Veiga para ensinar como fazer a caipirinha perfeita.
Feita da fermentação e destilação do melaço proveniente da cana-de-açúcar, a bebida foi descoberta pelos escravos dos engenhos de açúcar em meados do século 16. Após ser proibida no país, a popularidade da aguardente aumentou, mesmo que parte da sociedade tivesse preconceitos e o movimento colonial valorizavam os vinhos portugueses.
Somente durante a Semana de Arte de 1922, quando se buscou as raízes brasileiras, é que a cachaça voltou a ser considerada um símbolo da cultura nacional em contraponto à cultura europeia. Desde então, é considerada a mais brasileira das bebidas, famosa em todo o mundo. Sendo harmonizada com produtos como gengibre, rapadura, caju, açaí, laranja, hibisco e o clássico limão, ela é base das deliciosas caipirinhas.
Para fazer uma tradicional caipirinha é necessário a escolha de um bom limão. A casca fina e brilhante indica que ele está com bastante suco e perfeito para o uso. Após cortar o topo e a base da fruta, é necessário cortar o limão no meio para então retirar a parte branca (miolo do bagaço), para facilitar a maceração da fruta. A maceração não deve ser intensa, o segredo é macerar só até o ponto que o suco do limão é extraído, para que não haja o perigo de amargar o sabor do drink. Antes da cachaça, deve-se adicionar ao limão macerado xarope de açúcar (duas partes de açúcar para uma de água fervida) e gelo. Por fim, para uma caipirinha mais forte, capriche na dose (50ml) da sua cachaça favorita.
Especialista no assunto, Rafael Veiga é proprietário da Cachaçaria e Charcutaria EtaNoís e indica ao Correio algumas cachaças para drinks de todos os gostos. "Ideal para quem não tem o costume de beber cachaça é a Fininha, de São João d'Aliança. Essa cachaça tem baixa acidez e baixo retrogosto, leve e desce macia", explica. Ainda pensando na caipirinha, Veiga indica a 6Annas, cachaça armazenada em tonéis de inox, transparente, possui uma mescla de aromas florais e adocicados. Já para quem curte um tom levemente amadeirado e aroma frutado, o especialista indica a Prosa Mineira Clássica. Armazenada por dois anos em tonéis de Jequitibá, madeira nacional que agrega um diferencial a bebida, com tom levemente amadeirado e aroma frutado, é uma bebida intermediária, mas ainda suave.
Estagiária sob supervisão de Severino Francisco*
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br