Música

Museu da República recebe maior festival de cultura periférica do país

A sétima edição do Favela Sounds é marcada pela presença das mulheres na cena cultural periférica

MC Luanna -  (crédito: Divulgação Favela Sounds)
MC Luanna - (crédito: Divulgação Favela Sounds)
Luísa Helena*
postado em 01/09/2023 06:47

Começa nesta sexta-feira (1º/9) o Baile do Favela Sounds. A programação do maior festival de cultura periférica do país começou na última segunda no Museu República com debates, palestras e oficinas e agora começa a etapa do baile. Tasha e Tracie, Slipmami, Lia Clark, Deize Tigrona, MC Luanna, Clara Lima e Mu540 são alguns dos grandes nomes que se apresentarão nos shows de hoje e amanhã. Em 2023, Favela Sounds se volta a pensar os caminhos e potências das narrativas periféricas, tendo como tema "As muitas formas de narrar". Além da programação musical deste fim de semana, o evento se uniu durante a semana a roteiristas, atores, diretores, escritores, poetas, rimadores e outros profissionais que se valem da palavra como ferramenta da transformação para apresentar atividades de diferentes formatos.

Em sua etapa mais conhecida, O Baile, artistas de diferentes estilos musicais, representantes de comunidades periféricas de norte a sul, se reúnem para fazer ecoar as vozes e beats que apontam para o futuro da música brasileira. Favela Sounds é o palco do funk e do rap em suas variadas vertentes, do samba e do reggae, do afrobeat e do tecnobrega; é o palco das expressões legitimamente periféricas do Brasil.

Do rap e trap, as irmãs Tasha & Tracie puxam um lineup com apostas de futuro da cena pop brasileira, tais como Slipmami, MC Luanna, Clara Lima, Hate RCT e as brasilienses: Margaridas. No palco, Deize Tigrona puxa o funk, no qual também marcam presença os DJs Mu540 (leia-se Muzão), Eva do Santo Amaro, Barbie Plus Size e Anderson do Paraíso, quatro representantes do funk e suas vertentes. Ao falar sobre a importância do festival, MC Luanna ressalta a urgência da pauta. "Eu espero que o futuro das mulheres na cena chegue no mínimo em uma posição de equidade, que o olhar do movimento seja de muito mais respeito e igualdade para que a gente consiga conquistar muito mais", enfatiza a artista.

As gêmeas Tasha e Tracie Okereke são de Jardim Peri (SP) e ganharam destaque global ao utilizar suas vozes e imagem para fortalecer a autoestima de mulheres negras. Idealizadoras em 2018 do projeto Expensive Shit, sobre moda, ativismo e comportamento periférico, as irmãs explodiram na cena musical já na entrada, em 2019, com o lançamento do EP Rouff. 

O pop está bem representado por Lia Clark, assim como o afrobeat, presente nos sets das/os DJs V4ne MRQS (leia-se Vane Marques), Umiranda, Ketlen e Cxxju, e nos acordes da banda canadense TRP.P, que marca presença em Brasília pela segunda vez. O samba traz um de seus grandes representantes, Toninho Geraes, para participação em show da banda Filhos de Dona Maria, em uma homenagem à tradição do estilo no Distrito Federal.

A vasta presença de artistas do DF na programação faz parte de um projeto novo do festival, que amplia conexões entre artistas periféricos locais e outras cidades e países. Para a programação d'O Baile, o evento providenciou ônibus gratuitos indo e vindo de 10 bairros periféricos do DF rumo ao Museu Nacional.

Transmissão ao vivo

Pela segunda vez, Favela Sounds abre sua janela de programação para todo o país, por meio do Youtube. Nos dias 1º e 2 de setembro, sempre a partir das 19h30, o apresentador paulistano Alberto Pereira Jr. comanda a transmissão dos shows e uma série de entrevistas ao vivo durante a sétima edição do festival.

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

Serviço

Favela Sounds

Nesta sexta-feira (1º/9) e sábado (2/9), a partir das 18h, no Museu da República. Entrada Gratuita. Ingressos disponíveis no site Sympla.


 

 

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