Há três décadas, era publicado o manifesto Caranguejos com cérebro, ponto de partida do manguebeat, movimento em que os artistas mesclam a tradição pernambucana com rock, hip hop e outras formas artísticas urbanas. Neste domingo (13/8), a partir das 20h, na Infinu (506 Sul), o legado dessa revolução cultural é celebrado pela banda Mundo Livre S/A, um dos principais nomes do gênero, que revisitará os grandes clássicos de Chico Science e Nação Zumbi.
"Toda a cena do mangue antecipou conceitos emblemáticos, como diversidade e multiculturalismo", diz o líder da Mundo Livre S/A, Fred Zero Quatro, um dos responsáveis pela carta-manifesto. Segundo ele, o legado do movimento reside no olhar futurista sobre a arte marginalizada. "Você vê um indivíduo que vem da periferia, sem formação acadêmica, sem sobrenome tradicional, que hoje é estátua, túnel e avenida: Chico Science. É um emblema da periferia como empoderada e protagonista do circuito cultural da metrópole".
Hoje, Fred se sente realizado com tudo que esse movimento de renovação cultural construiu no passado, mas segue atento para o futuro dessa forma artística. "O manguebeat hoje é o que sempre foi: uma utopia em construção que não para de gerar frutos", argumenta o músico. Afirma ele também, que a Mundo Livre S/A, prestes a completar 40 anos de fundação, têm vários projetos na fila para os próximos meses: biografia oficial, DVD acústico, canções inéditas, turnês internacionais e um documentário.
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco
Serviço
Manguebeat 30 anos
Infinu (506 Sul). Domingo (13/8), sendo uma sessão às 20h e outra às 22h. Ingressos a partir de R$ 40, disponíveis no Sympla. Classificação indicativa: 18 anos.
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