Crítica

Guitarrista Luis Carlini, emblemático desde 1970, tem vida na telona

Contando vida e obra do músico, longa examina influência e impacto de suas criações, na trajetória de parceiros como Erasmo Carlos e Rita Lee

Ricardo Daehn
postado em 04/08/2023 06:55 / atualizado em 08/08/2023 08:43
Luis Carlini: guitarrista de rock -  (crédito:  Ativa Cinema Digital/Divulgação)
Luis Carlini: guitarrista de rock - (crédito: Ativa Cinema Digital/Divulgação)


Crítica // Luis Carlini — Guitarrista de rock ###

Numa era de perdas recentes, como as de Erasmo Carlos e Rita Lee, a conjuntura saudável de valorização (em vida) de um artista revestido de simplicidade como a do guitarrista Luis Carlini (parceiro de ambos em gravações como Além do horizonte e Agora só falta você), músico integrante de mais de 400 discos, vem como bálsamo. A vida do setentão que sabe "dos mistérios e macetes da guitarra" e que traz "acordes com letras e sentimentos", pelo que atesta Erasmo, segue estrutura convencional e informativa, no longa dirigido por Luiz Carlos Lucena.

Até as derretidas declarações finais da esposa Sol Ribeiro, o músico tem a trajetória contada, desde o despertar ainda adolescente morador da Pompeia (SP), pela ampla vocação urbana (como reforça Frejat) que, na plateia, já contou com sumidades como Van Halen e Peter Frampton. Ligado no estilo vigoroso das bandas — com "um quê de black music", ainda em meio à sonoridade branca —, George Israel (ex-Kid Abelha) celebra parte das "aulas de rock´n´roll" dadas por Luis Carlini, na expressão de Thunderbird. Supla, Pepeu Gomes, Andreas Kisser e Juba (Blitz) igualmente comparecem no documentário para exaltar a aspectos referenciais na carreira de Carlini.

Num determinado momento, o roqueiro aparece apresenta algumas das lendárias 50 guitarras que coleciona, e , na caverna em que se enfurna para trabalho, conta muito da importância da Jovem Guarda na formação dele. Capítulo reverenciado é a importância dada ao solo atrelado à gravação de Ovelha negra, que Carlini destrincha. "Você canta o solo que é integrado à música", observa, num trecho do filme, Kiko Zambianchi. Aventuras pelo Victoria Pub e Pauliceia Desvairada (criado nos anos de 1980 por Nelson Motta) também estão impressos no filme, que, claro, toca, em especial, eventos da banda Tutti Frutti e, em especial, o álbum Fruto proibido.

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