A companhia goiana Ateliê do Gesto traz ao Teatro Sesc Silvio Barbato os espetáculos Cru e Dança inacabada como parte de uma mostra de repertório do trabalho do grupo. "Na verdade, esse projeto é uma mostra de oito anos de trabalho contínuo em Goiânia e a gente quis montar um recorte de uma parte do que a gente tem feito. São trabalhos mais recentes, mais novos, dos últimos anos", explica Daniel Calvet, diretor artístico da companhia junto com João Paulo Gross.
Dança inacabada é o único solo da Ateliê do Gesto e nasceu durante a pandemia. Como o grupo precisou suspender as sessões criativas, Calvet decidiu investir em um espetáculo no qual pudesse exercitar a perspectiva solo. "Comecei a criar para me manter em estado criativo e para exercitar esse lugar de uma criação autoral. Dança inacabada foi surgindo sem muita ideia do que seria, comecei a incluir depoimentos da minha história com a dança, com depoimentos sobre como fui descobrindo a percepção do que era a dança no meu corpo", explica.
O espetáculo tem um tom autobiográfico. Enquanto Calvet desenvolve os movimentos, uma voz em off traz uma narrativa com um texto assinado pelo coreógrafo. "Esse solo é um depoimento da minha relação com a dança e o movimento. É como se fosse um documentário poético, é um relato dançado", avisa.
Já em Cru a criação é em dupla. O espetáculo nasceu de uma pesquisa do universo de Guimarães Rosa e é uma espécie de continuação de O crivo, no qual a dupla trouxe, pela primeira vez, a inspiração no autor mineiro. "A gente usou a literatura do Guimarães como um cenário geral para construir essa literatura corporal. Não tem um texto específico que a gente seguiu, mas tem a atmosfera, o ambiente. A gente acaba falando desse sertão, mas com uma ideia de um sertão interior, que está dentro do corpo", avisa Calvet.
Dança inacabada
Nesta sexta-feira (2/6)
Cru
Sábado (3/6) e domingo (4/6)
Às 19h, no Teatro SESC Silvio Barbato. Entrada: R$ 20 e R$10 (meia), retirar ingressos via Sympla
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