Com curadoria das indígenas Sandra Benites, antropóloga da etnia Guarani-Nhandeva (MS), e Sallisa Rosa, artista plástica, a exposição Nhe' e Se reúne 12 artistas contemporâneos indígenas cujos olhares se debruçam sobre um universo pouco explorado na arte contemporânea.
Com pinturas, instalações, vídeos e fotografias, nomes como Arissana Pataxó, Edgar Kanaykõ Xakriaba, Uýra Sodoma e Aislan Santos fazem uma investigação que mistura o olhar conceitual contemporâneo e as próprias origens. A ideia é convidar o público a mergulhar num diálogo com diferentes etnias e territórios por meio de uma abordagem que leva em conta a trajetória e o contexto dos artistas.
Entre os artistas há nomes mais conhecidos, caso do fotógrafo e videomaker Edgar Kanaykõ Xakriaba, formado em ciências sociais na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) por um programa de licenciatura intercultural para educadores indígenas. As fotografias de Edgar acompanham o cotidiano nas aldeias a partir de um ponto de vista de quem nasceu e cresceu naquele universo. Pera ele, a foto é uma arma de luta e resistência.
Aislan Santos, da etnia pankararu, também é nome que vem aparecendo cada vez mais nas exposições de arte contemporânea indígena. Formado em medicina pela Universidade de Brasília (UnB), ele encontrou na arte uma linguagem de desabafo para falar das próprias origens. Já Arissana Pataxó foi a segunda colocada no Prêmio Pipa de 2016, uma das premiações de arte contemporânea mais importantes do Brasil. As pinturas da artista, que vive em Porto Seguro, trazem cenas da aldeia e motivos gráficos presentes nos rituais do povo pataxó.