Crítica // Bem-vinda, Violeta ##
Explorar um sentido de novidade, num ambiente sem sinal de internet, e completamente afundada em meio à Patagônia, leva Ana (Débora Falabella) a limites, quando, disposta ao estímulo da criação literária, ela tropeça num mentor chamado Holden (Darío Grandinetti). Ele comanda um peculiar laboratório de textos, com pulso firme. Adaptado a partir do romance Cordilheira (de Daniel Galera), o longa Bem-vinda, Violeta traz a assinatura do diretor Fernando Fraiha, que ainda assina o roteiro junto com Inés Bortagaray.
O corajoso exame no método desenvolvido pelo petulante e prepotente personagem Holden se mostra uma premissa rica. Mas, em meio ao enfraquecimento das situações (em parte, por montagem problemática), desponta dentro do próprio roteiro do filme uma crítica em torno da profundidade de clichês. Descontrole e cenários extremos seriam ideais para uma dramaturgia instigante que por sinal, em muitos momentos, se cristaliza.