Quatro atrizes com carreiras sólidas e muita afinidade junto ao público: com esses elementos, o diretor Bill Holderman estabeleceu, há cinco anos, um sucesso capaz de exigir uma sequência, com a corroteirista Erin Simms. Haverá quem acuse as protagonistas da segunda parte de Do jeito que elas querem de complacência e ainda de se deleitarem, como raras peças de contraponto ao etarismo, numa levada de autoajuda — isso ainda com expresso norteamento de Paulo Coelho (uma real surpresa brasileira embutida no cinemão tipicamente hollywoodiano).
"Tudo é substituível", diz a personagem de Candice Bergen, uma das protagonistas, ao lado de outras antigas candidatas ao Oscar: Jane Fonda (intérprete de Viv), Mary Steenburgen (à frente de Carol) e Diane Keaton (que recentemente brilhou em Casamento em família).
A verdade, entretanto, é que há o insubstituível: o carisma do quarteto que delicia o espectador com uma trama escapista apoiada na elegância, na classe e em tiradas impagáveis das atrizes. Flertes e a trilha pelo imprevisível da vida movem as personagens por clássicos do turismo italiano (justo numa época de polêmica em torno, na vida real, do uso da Vênus de Botticelli na venda de passagens e estadas). A rota inclui Roma, Veneza e Toscana. A tudo isso, ainda se soma o charme de pretendentes interpretados por Andy Garcia, Don Johnson, Craig T. Nelson e até Giancarlo Gianini (o eterno ator de Lina Wertmüller, que, aqui, interpreta um inspetor de polícia).
Com referências que vão de Casablanca à eterna vitalidade dos Rolling Stones, passando pelo fundador da extinta Playboy, Hugh Hefner, as empolgadas turistas se afundam nas taças de vinho e prosecco, na capacidade de serem sexy e no comportamento despachado. Nunca aposentadas do bom-humor, elas dão um show de inconveniência, até mesmo em frente a estátuas seculares.
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