Crítica

Sempre humilhado por Drácula: conheça Renfield

Com uma dose pesada de sangue e humor, Renfield: Dando sangue pelo chefe é diversão assegurada

Ricardo Daehn
postado em 28/04/2023 07:06 / atualizado em 02/05/2023 11:40
Nicolas Cage e Nicholas Hoult em cena da comédia Renfield: dando o sangue pelo chefe -  (crédito: Universal Pictures / Divulgação)
Nicolas Cage e Nicholas Hoult em cena da comédia Renfield: dando o sangue pelo chefe - (crédito: Universal Pictures / Divulgação)

Crítica // Renfield: Dando sangue pelo chefe ###

"Sucesso é a melhor vingança",  divaga alguém sobre o problema crucial na vida do protagonista do novo e divertido filme de Chris McKay (que comandou Lego Batman: O filme): se desvencilhar de um chefe que pretende atingir o poder absoluto. "Delirante", Drácula (Nicolas Cage) expande uma violência psicológica, abastecida a co-dependência e narcisismo que atinge o personagem do galã Nicholas Hoult, Renfield, um assistente e servo do conde também chamado de Senhor da Morte e O Sombrio.

Editor escolado de filmes como Uma aventura Lego, Chris McKay imprime absurda agilidade à trama que mostra Drácula infiltrado no meio urbano, mas, a bem da verdade, recolhido para o surpreendente desenvolvimento do filme. No enredo, a policial Rebecca (Awkwafina) envereda nas frestas de um império erguido por Bella, personagem que ganha colorido na gutural voz da iraniana Shohreh Aghdashloo (indicada, no Oscar, a melhor atriz coadjuvante pelo filme Casa de areia e névoa).

Matriarca poderosa, Bella tem sob controle um poderio de drogas no qual está afundado o filho dela, Teddy Lobo (Ben Schwartz). No roteiro, o filme falha um pouco em não explorar a pregressa vida de Renfield — estagnado no que chama de relacionamento tóxico junto a Drácula, que se intitula "animal doente", dada a eventual inanição ocasionada pela falta de sangue. Numa quase paráfrase à Legião Urbana, o tipo vivido por Cage solta um divertido: "Eu como garotas e eu como garotos".

Entre as necessidades do chamado "mestre" — comicamente moribundo, com aparência de um chuchu estragado, por causa da fome que o consome — Renfield tem por incumbência achar elementos de uma grotesca lista de guloseimas que apetecem o chefe: líderes de torcida, freiras ou mesmo turistas desavisados.

Com direito a uma virada de mesa forte no destino do fragilizado empregado, diante de abusos, Renfield parece, pelas cenas pra lá de engraçadas, e que misturam ação e massacres, um bom derivado do cinema de Robert Rodriguez, conhecido por fitas como Sin City, Um drink no inferno e Planeta terror. Para além da alucinante ação, as atrozes cenas de exame psicológico, que demarcam castigos e salvações, valem o investimento na entrada de cinema.

 

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