Desde o início do ano, a banda Violator, símbolo brasiliense do thrash metal, está em turnê pelo continente sul americano após uma série de apresentações internacionais. Além de revisitar antigos amigos, Pedro Arcanjo, vocalista, define esse momento como "um retorno e reencontro ao nosso país e ao nosso continente". O grupo, formado há 21 anos em Brasília, volta para casa neste fim de semana para se apresentar no festival Don't Stop The Riffs e promete o "caos" característico no palco.
O funcionamento internacional da banda teve início em 2018, quando o baterista, David, se mudou para a Irlanda. Desde então, Violator ocupou o cenário do thrash metal europeu e também passou pelo Japão e pela China. Pedro ressalta que os melhores shows foram os que eles puderam chocar o público com o "jeitinho brasileiro", ou seja, o calor e a expressividade característica do Brasil somado à música rápida e agressiva era o que mais encantava os estrangeiros.
Em 2023, a banda tocou na posse do presidente Lula, o que Pedro definiu como a "coroação máxima" do movimento cultivado pela Violator desde 2016, no qual as letras alertavam sobre as consequências severas provenientes do não julgamento dos crimes cometidos durante a ditadura. Segundo ele, os últimos anos foram radicais, exigiram posicionamento político e demandaram que opiniões fossem difundidas nas músicas. "Firmou o laço entre os nossos", completa.
Para 2023, o grupo segue em turnê pela América do Sul e realizará um show por mês, sendo a próxima parada em Santiago, no Chile. Para o início do ano que vem, os fãs podem esperar a chegada de um novo álbum repleto da liberdade criativa conquistada pela banda ao longo dos anos. O preço dos ingressos (R$ 4,99) reflete o posicionamento da banda que Pedro afirma ser "o tipo de escolha que mais me orgulho". "Fazer as coisas não pelo lucro e rentabilidade, mas para a nossa comunidade, para quem compartilha esse universo com a gente", ressalta.
Podridão, banda paulista de death metal, acompanha a Violator no festival. Essa é a terceira vez da banda em Brasília, "um dos melhores cenários do underground brasileiro", define Ivi Kardec, guitarrista do grupo paulista. No último mês, eles lançaram um novo álbum, definido por ele como "pesado, visceral e rápido". Essa é a fase de turnê do grupo, que pretende fazer 31 shows em 40 dias pelas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A partir de julho, eles seguem em direção ao Sul do país e tem planos para Paraguai, Argentina e Colômbia.
Metal internacional
Nesse mesmo fim de semana, Kreator e Testament, definidas por Pedro como "bandas históricas" do thrash metal, também se apresentam na capital. Essa é mais uma edição da turnê Klash of the titans, que pretende promover os últimos álbuns das duas bandas: Klash Of The Titans (Testament) e Hate Über Alles (Kreator).
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
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