Uma mulher se prepara para a festa de bodas de prata enquanto conversa com o marido. Ela explica que aquela será a última comemoração do casal, já que ela decidiu partir logo depois. O texto, intitulado Diatribe de amor e encenado pela atriz Juliana Zancanaro, é o único escrito pelo colombiano Gabriel Garcia Marquez para o teatro e foi montado em formato de leitura dramática pela Cia. YinsPiração Poéticas Contemporâneas.
Em cartaz até domingo na Tao Filmes (711 Norte), a peça tem formato de monólogo, embora outro ator divida o palco com Juliana, e reflete sobre as relações amorosas e sobre as coisas não ditas ao longo de um relacionamento. "O texto é uma diatribe, que significa uma briga, uma reclamação", explica a atriz. "Enquanto a mulher se arruma, ela vai jogando para o marido todas as questões do casamento que não foram conversadas, que ficaram ruminando. É um texto de separação, mas também fala de machismo, da condição da mulher em países latinos, da violência contra mulher e de gênero."
O texto era inédito em português até 2016, quando André Aires, integrante de Cia. YinsPiração Poéticas Contemporâneas, decidiu traduzi-lo após descobrir o material durante um doutorado sobre a obra de Garcia Marquez. Segundo Juliana, é possível reconhecer o autor em diversos momentos do texto. "Ele é muito conhecido pelo lirismo, trata de questões cotidianas, fala muito das relações, geralmente as relações amorosas, e tem uma maneiras de ver coisas simples do cotidiano", diz. "Ele fala tanto da beleza de coisas simples quanto da crueldade de coisas simples, mas com lirismo, o que é muito presente em todas as obras dele." Mulheres fortes e personagens femininas marcantes também fazem parte da obra do colombiano e se refletem em Graciela, a narradora e protagonista de Diatribe de amor.
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