A partir de mais de 2 mil horas de registros audiovisuais, o filme Andança — Os encontros e as memórias de Beth Carvalho ressignifica a trajetória da artista que, interessada na vida cultural da comunidade de Cacique de Ramos (zona Norte do Rio de Janeiro), nutriu ainda interesse por figuras outrora periféricas, como Clementina de Jesus e Elizeth Cardoso, num trabalho de intensa valorização do samba. Mais de três anos depois da morte da sambista, o documentário sobre a obra dela integra a programação do Cine Brasília (EQS 106/107), com sessões de hoje a domingo, às 16h.
Dirigido por Pedro Bronz, o longa documental que leva a assinatura, no roteiro, de Leonardo Bruno (autor do livro Zeca Pagodinho — Deixa o samba me levar), traz Beth em gravações de sucessos como Vou festejar e Folhas secas, além de revelar as bases dela junto a nomes como Nelson Cavaquinho, Cartola e Jorge Aragão. Saída da zona Sul, e íntima da bossa nova, Beth Carvalho, a madrinha do samba, foi uma das pessoas fundamentais para o desenvolvimento dos sambas nos esquemas das amplas gravações em estúdios.
Outra iniciativa no Cine Brasília é o Festival do Cinema Neerlandês, que tem entrada franca. O evento reuniu a embaixada do Reino dos Países Baixos e a Secec (DF) e chega ao fim, nesta sexta (17/2). Às 20h30 será mostrada a comédia Soof — Lições de amor, de Antoinette Beumer. Uma instabilidade é pretendida pela protagonista que, beirando os 40 anos, se vê encorajada a sacudir a vida de mãe de três filhos, casada, e com algumas regalias.
Vida por um fio
Vinte anos antes da real morte do general Augusto Pinochet (em 2006), ditador chileno por 16 anos, houve um grupo de terroristas arregimentados no Partido Comunista Chileno interessado em acelerar o destino do então presidente. Relato baseado, em parte, na vida real, Morte a Pinochet é o filme de estreia do cineasta Juan Ignácio Sabatini. O longa está em cartaz no Cine Cultura Liberty Mall. Filme de 2020, candidato aos prêmios Platino (na categoria reservada a diretores estreantes), Morte a Pinochet alinha artistas como Daniela Ramírez e Julieta Zylberberg (O décimo homem), no enredo que destaca a luta armada, liderada por pessoas do povo como um professor de educação física e uma psicóloga.
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