Crítica // Casamento em família ###
Com o cérebro algo desligado, sem exigências de realismo no roteiro da comédia Casamento em família, o espectador tem muito para se entreter. Filme praticamente de estreia do diretor Michael Jacobs, que foi produtor de filmes como Quiz show (1994), e diretor de Pais demais (1987). Comparações e referências destacam a escala de amores dos enamorados ou frustrados personagens da comédia liderada por carismáticos artistas da sétima arte, entre os quais Richard Gere, Susan Sarandon e Diane Keaton.
Insegurança e desorientação estão instaladas no grande círculo de personagens ligados a rede de traições e intensas discussões de relação. No meio das reflexões, a fogosa Monica (Sarandon) identifica o amor como ficção científica. Ela mantém um casamento morno, a ponto de buscar realização no adultério, ao lado de Howard (Gere). Associando casamento com uma vida de figuras vampirescas mortas-vivas, Sam (William H. Macy) se percebe solitário e chateado. Entre a opressão religiosa e os desejos, como o de passear no Taiti, Grace dá enorme chance da veterana Diane Keaton demarcar o talento cômico.
Testemunhando toda a confusão de sentimentos da turma mais coroa, estão os pretendentes Allen (Luke Bracey, de G.I. Joe: Retaliação) e Michelle (Emma Roberts). Os "restos de vidas" dos encaminhados idosos em plena crise existencial, ao som de músicas como You're still the one (Shania Twain), vivem um mundo que já não reconhecem como deles.
Filme derivado de uma peça de 1978 escrita pelo próprio Michael Jacobs, a produção traz um roteiro bastante afiado, que faz graça com falso incesto, constrangimentos e crises de tramas paralelas. Idas a motel, com balde de frango frito, e alianças de casamento fora dos dedos são dos menores detalhes. Macy e Gere brilham como os idosos eternamente crianções. Na pele da amante que dá "uma trabalheira danada", Susan Sarandon extrai gargalhadas, quando se diz chocada por "transar com um cadáver" e outros disparates.
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