O penúltimo final de semana do festival Groselha — Blasfêmias, Filmes B e Rock'n'Roll chega com toda a energia do rock de Salvador. Com a edição intitulada Nordeste em Chamas, os soteropolitanos da Maglore prometem botar fogo no repertório em mais uma passagem pela capital, ainda mais com o lançamento do trabalho mais recente, o álbum V. "A gente tem uma história muito bonita com Brasília, e a gente pretende levar coisas do novo disco, mas perpassando também pelos outros discos. A gente está num momento bem legal, onde o disco foi bem recebido, mas a ideia é pincelar e fazer um set merecedor para o público daí. E Brasília está no rol dessas dessas cidades que nós temos esse carinho especial porque a gente percebe que a relação é muito sincera com a banda. Essas coisas vão sempre abastecendo para os shows e é muito gratificante no dia ou no dia seguinte de um show desses. Porque é um alimento pra alma mesmo e é sempre uma festa quando a gente toca aí", conta Felipe Dieder, baterista da Maglore.
Com passagens emblemáticas pela capital, a banda leva por si só um indie tropical consistente, com músicas de protesto e sobre amor em mergulho nostálgico como ferramenta catalisadora nos shows, além de ser reverenciada por artistas nacionais consagrados, como Pitty, Gal Costa e Erasmo Carlos, e ser emblemática na era pós-MTV. "É até um pouco pretensioso falar isso, mas temos quase 14 anos de estrada e, quando eu entrei na banda, a música independente, alternativa, como se chama o nicho em que a gente tá inserido, era outra coisa, né? Formado por outros artistas, assim. Às vezes, a gente até estava nesse lugar também, e de lá pra cá muita aconteceu e eu enxergo a banda que tem menos essa preocupação de precisar fazer parte desse movimento, do hype, mas tem a ver mesmo com a gente gostar de fazer o que gosta né, de gravar discos, de fazer parte da vida das pessoas, e construir uma trajetória bem consolidada. Afinal, já são cinco discos de estúdio e um ao vivo, a gente já tocou em tudo que é lugar assim, fazendo shows nas capitais com uma resposta muito bacana. E isso é algo que a gente carrega assim com muito muito orgulho, ainda mais em Brasília, onde o público é muito cativo e verdadeiro", reitera Dieder.
Mais Groselha
A Infinu também dá palco para os curtas com curadoria de Cláudio Bull, onde avalia qualidade técnica, ironia em sua narrativa, e dialoga com a proposta do Groselha de ser um espaço de rock'n roll do cenário independente. Após a mostra, os trabalhos musicais começam com o artista brasiliense Aloizio (Bloco Divinas Tetas), celebrando o retorno aos palcos com repertório do trabalho solo.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco