A força do barro e da cerâmica é o tema da exposição Intemperismos — Barro, fogo e arte, em cartaz a partir de hoje na galeria do Quanto Café. Com curadoria de Clauder Diniz, a mostra reúne obras de Débora Amorim, Emiliano Nunes, Isabel Se Oh, Júlia Pinheiro e Rodrigo Machado e tem como foco a produção de esculturas em cerâmicas por artistas que investem em uma produção mais autoral.
Todos trabalham com cerâmica e têm uma produção de peças utilitárias, mas é no olhar mais conceitual que o curador apostou ao fazer o recorte das obras expostas. "Eles são novos para o grande público na produção artística, mas são conhecidos na produção de cerâmica. Alguns participam muito de feiras da cidade e eles têm uma produção paralela à utilitária, de produção de objetos artísticos, esculturas", explica. "A surpresa é que eles fogem do objeto do dia a dia e começam a criar peças onde se permitem colocar um pouco das emoções, das suas histórias, da ancestralidade."
Débora Amorim é fotógrafa e costuma registrar temáticas como a herança cultural ancestral de matriz africana, universo que ela leva para as esculturas ao moldar máscaras que dialogam com a ideia do sagrado e das carrancas. De origem coreana, Isabel Se Oh também produz objetos que lembram máscaras, com predominância da cor branca e que evocam a presença da água. "Lembram um pouco a história da família dela", explica Diniz. Já Rodrigo Machado aposta em formas mais surrealistas para moldar as esculturas.
Natural do Mato Grosso do Sul, Emiliano Nunes utiliza o barro e a argila de maneira orgânica e procura formas espontâneas nos materiais. "Ele não tem um planejamento prévio, deixa a argila comandar um pouco o trabalho", explica o curador, que evoca uma percepção geral dos ceramistas de que a argila é um material difícil de domar. "Alguns ceramistas dizem que a argila tem um certo magnetismo, um certo poder e, se você não se impor, ela te controla", diz.
Intemperismos — Barro, fogo e arte
Obras de: Débora Amorim, Emiliano Nunes, Isabel Se Oh, Júlia Pinheiro e Rodrigo Machado. Curadoria: Clauder Diniz. Visitação até 15 de fevereiro, de segunda a domingo, das 9h às 21h, na Galeria do Quanto Café (CLN 103, Bloco A, Loja 52, Asa Norte)