A onda Emo se instaurou na música nacional e se manteve como força vital durante muitos anos. Ao ser uma peça-chave do movimento por cravar na história alguns dos versos mais clássicos, especialmente em Milonga, Esteban Tavares leva consigo toda a bagagem do legado na banda Fresno e a emancipação para sua carreira solo.
Como forma de celebrar os 10 anos desde o primeiro lançamento solo, o álbum ¡Adios Esteban!, o cantor e compositor faz sua estreia no palco da Infinu ao trazer na íntegra o trabalho que o consagrou até aqui. "Faz muito tempo que não vou pra Brasília, e voltar na cidade ver como está agora, né? Tudo diferente, eu não cheguei a visitar a cidade desde 2017. Tenho um carinho grande pela cidade, ainda mais que um dos melhores shows que fiz na minha vida foi aí, em 2007, com a Fresno", conta Tavares para o Correio, ao abordar que precisou abdicar de momentos assim para colocar suas músicas no mundo. "Mas agora sigo fazendo meu trabalho, as minhas músicas vieram em primeiro lugar e eu tenho várias filosofias de viver só uma vez, né? Então, se eu não tentar essas coisas, quem sabe eu acabaria muito arrependido. É mais ou menos por aí que decidi estar hoje onde eu estou e tem que dar o sangue todo dia. As pessoas te amam de uma maneira diferente porque o que escreveu faz sentido, então é continuar fazendo esse trabalho por uma questão de continuar alimentando quem gosta de mim e foi esse meu sonho: fazer música pras pessoas, mostrar a minha verdade e não tem como estar mais feliz".
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O repertório segue o álbum na íntegra que conta com canções como Sinto Muito Blues, Pianinho e Muito Além do Sofá, com participações de Humberto Gessinger, Lucas Silveira (vocalista da Fresno) e a atriz Carolinie Figueiredo, respectivamente. Para Tavares, o antecessor de Saca la Muerte de Tu Vida (2015) e Eu, Tu e o Mundo (2017) é um disco em que o público se identificou mais porque "estava com sede de descobrir o que iria fazer".
"Voltar a tocar esse disco inteiro é muito bom. Por vários motivos. Eu acho que as músicas não envelheceram comigo. Porque são músicas que estiveram em outras fases da minha carreira, mas a minha cabeça mudou, tinha uma idade que não sabia escrever as coisas que eu achava legal. E o foi um disco que até hoje eu toco ele com muito prazer porque fez parte da vida de muita gente e isso se deve a vários fatores também. Não acho que ele é um disco melhor que os outros. Mas toco de cabo a rabo, não me arrependo de nenhuma composição e sei que não preciso me preocupar com repertórios porque quem vai no show conhece todas".
O esquenta
O show de abertura fica por conta do artista Rafael Zacky, que vem se destacando no cenário underground com seu EP Big Mike (2020) e marca presença com suas músicas de protesto a movimentos fascistas. "Eu me sinto em casa, ainda mais quando vejo um lugar que respira cultura. A Infinu é uma excelente casa para o underground, e eu sempre fui dessa cena. Abrir pro Esteban Tavares é um prazer enorme, e espero sentir o calor e o carinho de todos por lá", reitera.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
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