Gastronomia

Volta ao mundo no coração de Brasília com gastronomia de diferentes culturas

O Divirta-se mais apresenta seleção de restaurantes para te transportar em uma verdadeira viagem gastronômica e cultural sem sair do quadradinho

Lara Oliveira e Lara Perpétuo*
postado em 27/01/2023 06:00 / atualizado em 27/01/2023 06:32
 (crédito: Mariana Lins/Esp.CB/D.A Press)
(crédito: Mariana Lins/Esp.CB/D.A Press)

Um dos primeiros bairros de Brasília, a Vila Planalto reúne, no coração de uma cidade planejada, o calor e o aconchego de culturas de diversos cantos do Brasil e do mundo. Histórico devido aos trabalhadores que recebeu durante a construção da capital, na década de 1960, o local é hoje polo gastronômico e não poderia deixar de trazer ao centro do país sabores de culinárias das mais variadas culturas, que abriga por tanto tempo.

"Você está no coração de Brasília, mas, ao mesmo tempo, parece que você está em outra cidade", afirma Raquel Pacheco, proprietária da Casa de Vó, inaugurada há pouco mais de três anos. Para ela, o lugar foi ideal para estabelecer o aconchego de um lar que ela queria para o restaurante: "Os meus avós moraram muitos anos em uma cidade no interior de Goiás, Morrinhos. Então, a Vila Planalto, que tem esse mesmo 'ar' de cidade do interior, era perfeita".

Com o restaurante Fogão de Pedra, em frente à Rua da Praça, desde 1996, a proprietária Elba Ferreira destaca a importância do bairro na história do próprio negócio: "Hoje, a Vila Planalto é conhecida como polo gastronômico, então estarmos estabelecidos aqui há 27 anos oferecendo a comida típica de Minas com a mesma qualidade. Desde a inauguração é muito importante para nós".

"A Vila Planalto sempre digo que é a praça de alimentação da Esplanada dos Ministérios", conta Marcelo Veras, proprietário do restaurante Dona Graça Cozinha Nordestina. "É uma grande alegria preparar pratos e trazer para dentro da capital o sabor do nordeste, na medida do possível fiel na cultura da região nordestina."

"Estar na Vila Planalto de frente pro lago, na rua do Presidente da República, é ter a honra e a oportunidade de ajudar a fortificar o trade turístico da nossa capital, uma vez que tudo começou aqui na Vila, o canteiro de obras de JK, inclusive o berço da gastronomia da capital do Brasil", finaliza o chef Joseph Syghor, da cozinha afetiva Sabores do Mundo.

No quintal de casa

A história do restaurante Quintal da Vila também começou com marmitas, há mais de 10 anos. Com o tempo, a família que comanda restaurante decidiu abrir para clientes o quintal e a varanda da própria casa. Os gerentes Raquel e Alex Carrilho enfatizam a afetividade que envolve o negócio, que agora se espalha também pela parte interna do lar: "Minha mãe ainda mora aqui, nós crescemos aqui, eu e meus irmãos".

É a matriarca Helena Alves que comanda a cozinha do local desde então. Ela aprendeu a cozinhar com a mãe, quando morava no interior de Goiás. "Nossa comida é uma comida bem caseira, mas caseirazinha mesmo", explica Raquel. "Minha mãe é goiana, meu pai é mineiro, então tem essa misturazinha do interior."

Quanto à especialidade da casa, não há apenas uma, mas cinco. Todos os dias, são servidos pratos principais diferentes (que variam entre R$ 33 e R$ 48), como em uma casa de família mesmo. Na quarta-feira, por exemplo, o forte é a carne de lata, comum em cidades do interior. Dona Helena conta que, na época em que aprendeu a fazer a especialidade, não havia geladeira onde morava e, para conservar a carne de porco, depois de assada e frita, ela era enlatada junto à banha do animal.

Os dias de mais sucesso, porém, segundo Alex e Raquel, são a sexta-feira, em que é servida feijoada, e a quinta, dia de rabada — além da "cerveja mais gelada da Vila Planalto".

 

Churrasco uruguaio

O Figueira La Parrilla recebe este nome devido a uma frondosa árvore que cobre o restaurante uruguaio, cujo tronco é atração dentro do local. Vários negócios de diversos tipos de culinária passaram pelo mesmo ponto, mas a árvore permaneceu por ali e pelos nomes que chegaram e se foram.

Quem também permaneceu foi o hoje proprietário Lucas Matheus, que trabalhou como garçom por seis anos no restaurante anterior e, atualmente, além de gestor, é chef parrillero. "Sua paixão por churrasco fez com que a parrilla se tornasse um amor incondicional, que hoje se reproduz em todo o aprendizado que teve com o antigo chef uruguaio", informa a gerente do local, Gabriela Vieira.

Típica forma de fazer churrasco em países sul-americanos como o Uruguai e a Argentina, a parrilla produzida no Figueira, se complementada pelos devidos acompanhamentos, proporciona, segundo Gabriela, uma "experiência única que fica na memória".

Atualmente, dois cortes se destacam na procura e nas vendas: o assado de tira de wagyu australiano e angus black (R$ 79,90), mistura de raças de gado que "traz uma carne marmorizada e com um sabor espetacular"; e o bife ancho (R$ 84,90), "um carne extremamente macia com um marmoreio evidente e a famosa gordura entremeada na carne". Para eles, ela sugere os acompanhamentos de salada Juliana (R$ 36,90), farofa de ovos (R$ 16,90) e polenta figueira (R$ 28,90).

Fusão árabe e mexicana

Há três anos localizado na rua que leva ao Palácio da Alvorada, o Sabores do Mundo não é apenas um restaurante. Segundo o chef Joseph Syghor, é muito mais: "É sobretudo um espaço de convivência e experiências artísticas, que reúne, no coração da capital federal, poesia, música, artes plásticas e o melhor da alta gastronomia artesanal em Brasília".

Cozinha afetiva, o espaço traz, em uma culinária saudável: "100% livre de conservantes químicos, temperos artificiais e produtos ultraprocessados", a ancestralidade de culturas do Oriente Médio e da América Latina. Temperos e especiarias beduínos se juntam a nachos mexicanos em uma fusão única que pode ser comandada pelo cliente ou pelo chef, a partir de menu confiança. "Tudo artesanal, feito à mão", garante ele.

O carro-chefe, segundo Syghor, é o pernil de cordeiro (R$ 89,90): "Marinado em masala de cardamomo e assado lentamente, acompanhado de cuscuz marroquino com tâmara e damasco, e finalizado com molho demi glace". Ele também destaca os kebab's, os shawarmas e os tacos (a partir de R$ 21).

Atualmente, há, no espaço cultural, para somar à gastronomia, exposição artística sobre empoderamento feminino.

* Estagiárias sob supervisão de Severino Francisco

 

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  • O tempero nordestino de Dona Graça é o que dá nome ao restaurante
    O tempero nordestino de Dona Graça é o que dá nome ao restaurante Foto: Mariana Lins/Esp.CB/D.A Press
  • 25/01/2023 Crédito: Mariana Lins/Esp. CB. Tempero nordestino de Dona Graça é o que dá nome ao Restaurante
    25/01/2023 Crédito: Mariana Lins/Esp. CB. Tempero nordestino de Dona Graça é o que dá nome ao Restaurante Foto: Mariana Lins/Esp. CB
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